A intenção de consumo das famílias (ICF) teve aumento de 4,1% em setembro, a maior alta mensal desde 2010, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Os sete componentes da pesquisa apresentaram variação positiva no mês, totalizando índice geral de 72,1 pontos, numa escala de 0 a 200. A alta foi puxada, principalmente, pelo indicador perspectiva de consumo, que apresentou alta mensal de 8,5%. Em relação ao mesmo período do ano passado, todos os itens tiveram forte queda, resultando em recuo de 9,6%.

“A comparação com agosto mostra que existe uma percepção de que a crise vem lentamente perdendo força, com suave desaceleração da inflação e retomada gradual da confiança de consumidores e empresários”, avalia Juliana Serapio, assessora Econômica da CNC. A especialista destaca, no entanto, que o índice ainda permanece num nível abaixo da zona de indiferença, de 100 pontos, o que indica uma percepção de insatisfação com a situação atual.

O único componente na zona positiva foi o emprego atual, que ficou em 104,8 pontos. O resultado mostra um crescimento de 2,5% em relação ao mês anterior, mas permanece em queda, de 2%, na comparação com setembro de 2015. O percentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao trabalho é de 30,3%.

Consumo

Com 46,4 pontos, o item nível de consumo atual subiu 4,9% em relação a agosto, mas na comparação com o mesmo período do ano passado, evidencia uma retração de 22,5%. A maior parte das famílias, 64%, declarou estar com o nível de consumo menor do que em 2015.

Na renda atual, houve aumento de 3,6% em relação a agosto. Com 88,3 pontos, o componente, no entanto, caiu 10,7% na comparação anual.

O item compras a prazo aumentou 2,2% na comparação mensal, mas caiu 16,5% ante o mesmo período do ano passado. O componente ficou com 65,4 pontos. O momento para duráveis, que ficou em 44,5 pontos, cresceu 6,3% em relação a agosto, porém recuou 15,1% na comparação anual. A alta taxa de juros faz com que 74,7% das famílias considerem o momento atual desfavorável para a aquisição de duráveis.

Expectativas

A perspectiva profissional aumentou 3,6% na comparação mensal. Contudo, houve recuo de 1,3% em relação a setembro de 2015 e o item ficou em 97,4 pontos. Do total de famílias brasileiras, 47,1% consideram negativo o cenário para os próximos seis meses.

Com o maior desempenho mensal da série histórica, iniciada em 2010, o item perspectiva de consumo apresentou elevação de 8,5% e ficou em 58,1 pontos. Na comparação anual, houve recuo de 8,6%.
Diante do cenário atual, a CNC revisou suas expectativas de queda no varejo restrito de -5,4 para -5,2%. Já no varejo ampliado, que inclui os setores de automóveis e materiais de construção, a previsão foi de -9,8% para -9,4% ao final de 2016.

(Por Eletrolar.com) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM