No primeiro semestre de 2016, o setor de franquias obteve crescimento nominal (sem o desconto da inflação) de 7,9% em seu faturamento, aponta a Associação Brasileira de Franchising (ABF). A alta ficou acima da inflação registrada no período, de 4,96%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No segundo trimestre do ano, o resultado nominal também foi positivo: alta de 8,1% na receita do setor comparado ao mesmo período de 2015 (ritmo semelhante ao crescimento registrado nos primeiros três meses do ano, de 7,6%). O faturamento nesta ocasião subiu de R$ 32,537 bilhões para R$ 35,180 bilhões.

Na visão da entidade, fatores como o aumento de custos, a baixa atividade econômica e a escassez de crédito continuam a impactar o setor, mas a leve melhora na confiança do consumidor se refletiu em alguns segmentos. A estabilização do dólar em níveis mais baixos e o interesse de profissionais egressos do mercado de trabalho por empreender por meio do franchising também influenciaram positivamente o setor.

“A economia brasileira e o franchising parecem se encaminhar para uma situação de maior estabilidade. Depois de 12 meses de muito trabalho, com ações como redução de custos, busca por maior eficiência, renegociação com fornecedores e até revisão de mix de produtos e de modelos de negócios, grande parte do ajuste necessário foi realizado”, aponta Cristina Franco, presidente da ABF. “Esperamos agora que, com o consumidor lentamente recuperando sua confiança e a potencial estabilização no campo político, possamos buscar melhores resultados. Entendemos também que as ações de estímulo ao consumo, que foram muito importantes nos últimos meses, devem continuar a fim de manter o interesse do consumidor”, completa.

Dentre os segmentos que apresentaram maior crescimento no segundo trimestre de 2016 comparado a igual período do ano anterior, destacam-se: Esporte, Saúde, Beleza e Lazer (15%), Acessórios Pessoais e Calçados (10%), Negócios, Serviços e Outros Varejos (10%), Lavandaria, Limpeza e Conservação (9%) e Serviços Automotivos (9%).

Para a ABF, o segmento de Esporte, Saúde, Beleza e Lazer reflete a tendência já consolidada da busca pela saúde e bem estar, mas este trimestre ainda teve a seu favor a proximidade das Olimpíadas que deixou o tema em evidência.

Negócio, Serviços e Outros Varejos reflete a melhora no consumo de alguns itens básicos (compras em supermercados e postos de conveniência) e a demanda aquecida por serviços de marketing digital – mais acessíveis e com resultados tangíveis para enfrentar o momento atual. À semelhança do primeiro trimestre, os segmentos de Lavandaria, Limpeza e Conservação e Serviços Automotivos foram impulsionados por ações promocionais e o aquecimento do mercado de produtos e serviços para veículos usados, respectivamente.

“A estabilização do dólar em níveis mais baixos contribui com os ajustes que as redes já vinham realizando, especialmente reduzindo a pressão de custos sobre insumos e produtos acabados. Notamos também um grande movimento de renegociação de condições nos pontos comerciais, seja na redução de aluguéis e/ou a mudança ou reformatação dos pontos. Esse movimento corrigiu desequilíbrios e abriu portas para novos entrantes”, analisa Claudio Tieghi, diretor de inteligência de mercado da ABF.

(Por NoVarejo – Raisa Covre) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM