Com a forte tendência dos hábitos alimentares saudáveis, empresas que vendem comidas prontas têm se desdobrado para não perder a clientela – e os lucros.
A Sadia, da BRF, acaba de anunciar um investimento de 50 milhões de reais para lançar uma linha de produtos à base de frangos criados de maneira especial e que promete “incentivar os brasileiros a comer melhor”.
Os pratos pré-prontos precisarão ser finalizados pelos consumidores. Será necessário aquecer o molho, assar ou selar a carne, por exemplo, o que, segundo a marca, vai “inspirar as pessoas a cozinhar”.
Os produtos chegarão às gôndolas em setembro. Eles serão fabricados com ingredientes naturais certificados, garante a companhia.
Desenvolvido há cerca de um ano, o projeto conta com a parceria do chef britânico Jamie Oliver, que criou as receitas, selecionou os alimentos e veio para o Brasil para checar a criação das aves.
A BRF precisou, por exemplo, adaptar suas granjas para proporcionar mais bem-estar aos animais. Uma das modificações feitas foi a instalação de fardos de apara de madeira nos viveiros, o que proporcionará maior conforto térmico aos frangos.
Com as mudanças, a companhia receberá um certificado da ONG Humane Farm Animal Care (HFAC).
“Estamos alinhados às tendências do mercado e, principalmente, às necessidades e desejos dos consumidores. Por este motivo, investimos no projeto, que inclui revisão nutricional, adequação e certificação de plantas industriais e granjas, além do investimento em marketing”, diz em nota Cecília Mondino, diretora de marketing da Sadia.
Outras iniciativas
A Sadia reforça que já tinha iniciativas para tornar seus produtos mais saudáveis. Ela retirou os conservantes dos pratos prontos e relançou produtos tradicionais, como o presunto e a lasanha, com 30% menos sódio.
Também diz que já adota padrões europeus que estabelecem uma densidade máxima para a criação de frango.
A marca está desenvolvendo um programa de educação alimentar para escolas, ainda em parceria com Jamie Oliver. O piloto será testado até o fim deste ano e a expectativa é atingir 100.000 crianças nos próximos três.
Movimento crescente
Também com o objetivo de se tornar mais saudável, a Danone anunciou na quinta-feira (7) que comprou a norte-americana WhiteWave, produtora de lácteos orgânicos e alimentos de base vegetal alternativos ao leite e ao iogurte.
No fim do ano passado, a Seara, da JBS, concorrente direta da BRF, lançou a linha de frangos sem antibióticos DaGranja, que custa para o cliente aproximadamente 40% mais que a tradicional.
Até mesmo o McDonald’s, símbolo máximo da fast food, tentou se livrar do estigma e incluiu no cardápio saladas, wraps e frutas. Não deu certo. No final, a rede descobriu que, por lá, o que tinha saída mesmo, era o tradicional hambúrguer.
(Por Exame) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM