A segunda maior fabricante de eletrodomésticos no Brasil, a sueca Electrolux fechou o ano de 2015 no vermelho no País, com perda de R$ 87,5 milhões. O resultado reverteu lucro líquido de R$ 176,8 milhões que havia sido apurado no ano de 2014.
O desempenho foi afetado por uma queda de quase 9% nas vendas, que ficaram em R$ 5,04 bilhões. A queda aconteceu em meio ao cenário de retração do mercado brasileiro de eletrodomésticos.
Com a economia em crise, as vendas apresentaram recuo de 19% voltando aos níveis de 2010, segundo a associação das empresas do setor, a Eletros. O desempenho ruim no Brasil vinha sendo apontado pela matriz como o responsável pela queda dos negócios na América Latina ao longo de 2015.
Além da queda no volume de vendas, a Electrolux também mudou seu mix de produtos. Depois de anos, a fabricante voltou a colocar no mercado refrigeradores de R$ 999, considerado o piso do segmento.
Em entrevista ao Valor, em janeiro, o presidente da companhia, Ruy Hirschheimer, disse que a venda de geladeiras mais sofisticados, que chegam ao País importadas, caiu de 20% a 30% em 2015. “A venda de itens recém-lançados, mais inovadores, vai bem num Ponto Frio ou numa Fast Shop, mas em lojas com perfil mais popular, estão vendendo menos. A classe média e classe média baixa estão preocupadas e não compram mais por impulso, por um desejo, e esses produtos com maior tecnologia precisam ter essa questão do desejo de consumo para serem mais vendidos”, afirmou ele.
Em dezembro, a empresa demitiu cerca de 540 funcionários de sua fábrica na capital curitibana, segundo o Seletroar, sindicato que representa os trabalhadores. A companhia confirma reduções no quadro para adequar produção à demanda, mas não esse número.
No balanço de 2015, a Electrolux também apresentou uma alta de 70% nas despesas financeiras que passaram de R$ 76 milhões para R$ 128 milhões em um ano. O culpado foi a variação do dólar.
Os gastos por conta da variação da moeda saltaram 417% entre 2014 e 2015, chegando a R$ 119 milhões. O caixa da companhia também teve uma redução significativa: 60%, para R$ 97,5 milhões.
(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM