Na região metropolitana de São Paulo, o gasto com alimentação e bebidas aumentou 11,64% em comparação a 2014, ficando atrás apenas da alta nos custos da habitação entre os fatores que mais empurraram o custo de vida para cima. Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, os grupos que que registraram altas mais expressivas nos preços em 2015 foram exatamente os que possuem maior representatividade no orçamento médio familiar, constituídos por itens essenciais no consumo das famílias. Somados, os gastos nas três atividades (Habitação, Alimentação e bebidas e Transportes) respondem por 60% de todo o orçamento das famílias na região metropolitana de São Paulo.
No ano, as classes D e E foram as mais afetadas pela elevação dos preços, com acréscimos de 13,48% e 13,58%, respectivamente. Já as classes A e B encerraram o ano com alta de 9,74% e 10,59%, respectivamente, o que mostra que as classes com menores rendimentos foram as que mais sentiram o impacto no custo de vida, já que os itens de primeira necessidade têm maior peso no orçamento desses segmentos.
Índice de Preços no Varejo (IPV)
No acumulado de 2015, o crescimento foi de 10,26%. Já a taxa média do IPV encerrou o ano em 0,82%, exatamente o dobro da média de 2014 (que havia sido de 0,41%).
A contribuição mais relevante para a alta de 2015 veio do segmento de Transporte. O subgrupo Veículos próprios mostrou variação de 4,02%, enquanto o de Combustíveis (veículos) registrou acréscimo de 22,29%, sendo 13,58% a alta de Óleo diesel; 13,73% de Gás veicular; 20,51% de Gasolina; e 33,65% de Etanol.
O segundo maior impacto foi registrado pelo aumento de 12,07% no grupo de Alimentação e bebidas. Os subgrupos que mais se destacaram foram Tubérculos, raízes e legumes (47%), Óleos e gorduras (18,7%), Pescados (18,29%), Hortaliças e verduras (17,92%), Frutas (17,29%), Aves e ovos (15,72%) e Cereais, leguminosas e oleaginosas (15,51%).
Índice de Preços de Serviços (IPS)
No ano, o IPS registrou elevação de 12,93%. Enquanto o grupo Habitação foi o responsável pela principal influência positiva no indicador, a segunda maior elevação foi vista no segmento de Alimentação e bebidas (elevação de 10,99%). As variações mais relevantes foram observadas em Café da manhã (15,75%), Cafezinho (14,73%), Cerveja (14,1%), Doces (12,04%) e Refrigerante e água mineral (9,62%).
Para a FecomercioSP, a alta dos preços, somada ao aumento do desemprego, compromete cada vez mais o poder de compra dos paulistanos, com impacto direto nas vendas do varejo.Para 2016, a expectativa é que a inflação ainda se mantenha elevada.
A Federação estima que, no primeiro mês do ano, o custo de vida se mantenha pressionado em virtude do aumento nas tarifas dos transportes públicos e da alíquota do ICMS no óleo diesel. A inflação também será afetada por altas sazonais, como no setor de alimentos, que tende a ser influenciado por questões climáticas, além de já sofrer com pressões de custo.
(Por NoVarejo – Escrito por Danilo Barba) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM