Para a Associação Paulista de Supermercados (Apas), a instalação do processo de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff, reflete o momento turbulento da política brasileira, que vem afetando a economia e agravará ainda mais o cenário econômico no curto prazo.

“Os entraves ocorridos devido às indefinições políticas, que impossibilitaram o ajuste fiscal, somados a má condução da política econômica ao longo dos últimos anos, trouxeram ao Brasil um dos piores momentos econômicos da história”, comenta o presidente da Apas, Pedro Celso. Para ele, a extensão do processo de impeachment na economia depende do resultado final do processo, do comportamento das lideranças políticas, do comportamento da equipe econômica ao longo desse processo.

Uma vez passado esse período, independente do resultado do impeachment, haverá um impacto positivo na economia, pois o cenário político deve ficar mais previsível e com menos incertezas no médio prazo. A Apas também acredita que o comportamento das lideranças políticas possa trazer impactos significativos para a economia. “Se o comportamento for de retaliações na condução das pautas, o cenário político e suas indefinições podem continuar travando a agenda econômica para a retomada do crescimento econômico”, reforça Pedro Celso.

Para o presidente da Apas, o desempenho do PIB para 2016 também pode ser afetado negativamente diante de um início de ano com indefinições no cenário político e na economia, principalmente por que, no caso de afastamento de Dilma, Michel Temer levaria algum tempo para a condução de um governo que realizasse ações que gerassem resultados. Eventuais medidas trariam, no curto prazo, um aprofundamento da crise econômica, com mais desemprego e queda na renda da população. “No médio e longo prazo, porém, o remédio amargo do ajuste fiscal contribuirá para a retomada da atividade econômica”.

Os últimos acontecimentos relacionados ao processo de impeachment, como o adiamento de votações, têm, para a Apas, refletido interesses individuais dos parlamentares, em um momento em que é preciso priorizar o coletivo. “Nossos representantes no Congresso precisam agir conforme a expectativa dos cidadãos que neles votaram: defender o interesse do País e não retardar as ações em pauta para março, quando voltam do recesso parlamentar. A Apas defende que os parlamentares tomem as atitudes necessárias para que o procedimento seja rápido e objetivo e, assim, contribuir para que a economia possa destravar-se o quanto antes, independente do resultado do processo de impeachment”, finaliza.

(Por O Negócio do Varejo) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM