A “black friday”, o grande dia de descontos comerciais nos Estados Unidos, foi marcada nesta sexta-feira por multidões menores nas lojas devido à preferência dos consumidores pelo comércio eletrônico e por causa da antecipação das compras na quinta-feira de Ação de Graças.

Essas duas tendências fizeram com que menos pessoas se encorajassem a passar pelas agonizantes e tradicionais filas de espera e aglomerações deste dia de consumo em massa, mas não faltaram imagens de lojas lotadas de pessoas que acamparam na calçada antes da abertura.

Na quinta-feira foi batido o recorde de vendas pela internet em descontos da black friday, com US$ 1,730 bilhões, 25% a mais que no ano passado, segundo dados da Adobe Digital Index, que registra os dados dos grandes estabelecimentos em tempo real.

As vendas por celular, facilitadas pelos aplicativos das grandes redes, se confirmam como a grande tendência de alta, com 22% das compras neste ano contra 14% de 2014.

O costume até agora era passar a quinta-feira de Ação de Graças em família e sair na sexta-feira para buscar as melhores pechinchas nos shoppings, mas a cada ano as duas tradições se misturam mais.

Algumas lojas de departamento, como a JCPenney, abriram na quinta-feira às 15h, horário em que tradicionalmente a família americana se dedica a preparar o peru, acompanhamentos e tortas.

A grande rede comercial Macy’s, um dos estabelecimentos mais populares no “black friday”, abriu as portas às 18h e certificou o que parece ser a nova tradição: sair com a família para comprar após a grande ceia de Ação de Graças.

Os novos horários desses gigantes do comércio no país marcaram a pauta para os shoppings, que pediram às lojas que abram no dia de Ação de Graças.

Essa nova tendência, que começou a ser formada nos últimos anos, é reforçada com o crescente número de consumidores que preferem buscar os descontos pela internet, algo que muitos já fizeram de casa na quinta-feira.

Antes do meio-dia de Ação de Graças, com o tradicional peru ainda no forno, os americanos já tinham gasto US$ 500 milhões, US$ 100 milhões a mais que no ano passado, segundo a Adobe.

“O que vemos é que os compradores querem ter todas as opções e descontos pela internet e nas lojas, e isso é o que oferecemos”, explicou à Agência Efe por telefone Jamie Stein, diretora de relações públicas do grupo Sears, que engloba as redes Sears e Kmart.

O gasto médio de um comprador no dia de Ação de Graças foi de US$ 162 por compra, 5% a mais que em 2014, segundo a Adobe. Os produtos mais populares foram os de sempre: aparelhos eletrônicos e brinquedos, de olho nas comemorações natalinas. Entre os mais vendidos estavam televisões 4K da Samsung, iPad Air 2, iPad mini e Xbox One.

Não foram registraram incidentes graves além das também clássicas brigas e disputas para ver quem leva o produto mais barata ou o último com desconto da loja.

A “black friday”, costume americano exportada agora a muitos outros países, marca o início da época do Natal e abre a temporada de maiores compras do ano. O próximo grande dia de aquisições será a “Cyber Monday”, na segunda-feira, o dia das compras pela internet.

A expectativa é que as vendas a varejo cresçam 3,7%, tanto em lojas físicas como pela internet, nesta campanha festiva nos EUA, segundo a National Retail Federation. O centro de pesquisa de mercado Forrester eleva esta estimativa a um aumento de 11% em relação ao ano passado, com um total de US$ 95,5 bilhões.

(Por Exame) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM