As varejistas brasileiras perderam, em média, 2,89% de seu faturamento líquido devido a roubos, furtos e problemas operacionais durante o ano passado. Em 2013, o índice havia sido de 2,31%.

Os dados são de uma pesquisa feita pelo Ibevar (Instituto Brasileiro de Varejo e Mercado de Consumo) e pelo Provar (Programa de Administração de Varejo) da FIA, em parceria com a Academia de Varejo. Essa é a 15ª edição do estudo.

O levantamento considerou cerca de 3.000 lojas, entre supermercados (a grande maioria), farmácias, lojas de material de construção e pequenos comércios. Juntas, elas têm faturamento bruto de 131,3 bilhões de reais.

De acordo com os pesquisadores, o indicador de perdas subiu porque as vendas cresceram sem que as empresas adotassem medidas preventivas, mas também porque, hoje, elas dimensionam melhor os prejuízos.

“É impossível saber com as informações disponíveis quanto deste aumento se deve à melhora das condições de apuração e quanto é devido às dificuldades geradas pelo aumento do faturamento”, afirmou Nuno Fouto, diretor vogal do Ibevar, em nota.

O índice de perdas no varejo brasileiro, porém, é substancialmente maior do que o registrado globalmente (1,36%) e em regiões como a América do Norte (1,49%), Europa (1,27%) e América Latina (1,60%).

O segmento que mais sofre com o problema é o de pequenas e médias empresas, com 4,44% de baixas em 2014. Em seguida, vêm os supermercados, com 2,98%; as lojas de material de construção, com 1,72%; e as drogarias, com 0,38%.

Entre os supermercados, porém, 35,02% dos ouvidos não possui uma área para prevenção de perdas. Elas são causadas principalmente por quebras operacionais (33,35%) e erros de inventário (16,59%). Furtos externos correspondem a 16,03% e internos a 8,64%.

Nesses estabelecimentos, os departamentos que mais apresentam perdas são os de frutas, legumes e verduras (8,29%); padaria e confeitaria (5,58%); peixaria (4,35%) e açougue (4,24%), que trabalham com itens perecíveis.

Já os produtos que mais sofrem baixas (tanto em quantidade quanto em valor) são os de açougue, os aparelhos de barbear e bebidas alcóolicas e energéticos, nessa ordem.

Para Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar, a tecnologia tem um papel muito importante no processo de controle de perdas, mas o investimento na preparação dos funcionários é essencial.

“São eles que vão operar a tecnologia. O indivíduo é o principal ativo da empresa”, disse, em conferência.

(Por Exame) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM