As vendas perdidas por falta de produtos nos supermercados brasileiros alcançaram 3,2% em setembro deste ano, o maior índice desde outubro de 2014, de acordo com um indicador divulgado pela NeoGrid e Nielsen. O número revela o porcentual de vezes em que o consumidor tentou encontrar um determinado item e ele não estava disponível para compra nas prateleiras.

Segundo o levantamento, a principal causa para a ruptura é a falha na reposição dos produtos nos PDVs. Tomando como base o faturamento de cerca de R$ 300 bilhões ao ano do setor supermercadista, uma perda de 3,2% ao mês nas vendas representa algo em torno de R$ 800 milhões. “Em um momento de incerteza da economia, ter demanda e deixar de atender o consumidor por falhas de reposição de produtos na gôndola é falta grave e afeta a competitividade do varejo e da indústria”, afirma Robson Munhoz, diretor de relacionamento varejo e indústria da NeoGrid.

As principais causas para as perdas de vendas, segundo a NeoGrid, dizem respeito a falhas na execução nas lojas (56,04%). Desse total, 11,22% se referem à gôndola desabastecida (o produto estava disponível no estoque físico, mas a prateleira não foi reabastecida); e 44,82% ao estoque virtual (diferença no número de produtos que consta no sistema de informações da loja e a quantidade que, fisicamente, está disponível para venda ao consumidor). A outra causa para as perdas é a falha logística. Em 43,21% dos casos, os produtos não estavam disponíveis no varejo porque o pedido não foi colocado para o fornecedor ou por falha na entrega. “O varejo continua receoso, comprando menos com medo de que a mercadoria fique encalhada na gôndola”, completa Munhoz.

(Por O Negócio do Varejo) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM