A desvalorização do real frente ao dólar tem aberto boas oportunidades às redes de franquias que querem operar em solo brasileiro. Com cada US$ 1 valendo quase R$ 4, gigantes do fast-food, calçados e até cozinha italiana, que já queriam chegar ao País, começam a amadurecer os planos.

“O Brasil continua na moda para o franchising. As marcas realmente demonstram muito interesse em vir para cá. Elas olham a crise como passageira e algo que acontece no espectro econômico de qualquer país”, afirmou a presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Cristina Franco.

Com oportunidade de negócios por aqui, redes como Wendy´s, The Cheesecake Factory, Planet Hollywood, Clarks e Sbarro são algumas das que estariam montando estudos de viabilidade para operação no Brasil. “O momento é propício para chegada de estrangeiros. Tanto é que a Wendy´s, tradicional do ramo de fast-food dos EUA já me contactou para um estudo de viabilidade”, afirmou um advogado especializado em operações internacionais, que falou sob condição de anonimato.

De acordo com o executivo, além da Wendy´s, outras marcas já começaram a esboçar um plano de negócio. “Apesar do momento ser bom, do ponto de vista do investimento, é preciso tomar cuidados na hora de trazer uma franquia para o Brasil, em função das diferenças culturais”, revelou ele.

Da mesma opinião partilha diretor de Inteligência de Mercado da ABF, Cláudio Tieghi. Para ele, para obter sucesso aqui, a empresa precisa ter seu plano de negócios bem montado. “Sabemos também que se instalar no Brasil é burocrático. Há uma complexidade com leis trabalhistas, tributos, entre outras coisas. Mas mesmo assim vemos que o interesse são o desejo das empresas é grande”, afirmou ao DCI.

Consolidação

Criada em 2007 pelos empresários Albano Homem de Melo, António Cunha Araújo e Miguel Van Uden, a hamburgueria portuguesa H3 quer aproveitar a crise econômica no País para se consolidar. A rede de fast-food, que ganhou mercado de Portugal após a crise de 2008, aposta no conceito de comida com qualidade e preços de fast food. “Foi em meio a crise que eles [os sócios] enxergaram oportunidade: a oferta de um hambúrguer gourmet e preço de fast food”, diz a CEO da marca no País, Cláudia Malaguerra.

No Brasil desde 2011, e com 14 lojas próprias e três franquias em operação a empresa quer mais: a previsão esse ano é faturar R$ 24 milhões, e ir a 40 unidades até 2017. Os focos são Belo Horizonte, Brasília e cidades do interior de São Paulo”, diz Malaguerra.

Além de Portugal, Brasil e recentemente Angola, o mercado do Oriente Médio e os países europeus já estão em andamento para negociação.

Potencial

Quem também está olhando atentamente o mercado brasileiro é a The Cheesecake Factory, rede de restaurante com 177 unidades pelo mundo. Este ano, para começar a pensar no em como crescer na América Latina, a rede fez um acordo com a Alsea . A previsão é ao menos doze lojas nos próximos oito anos no México, Chile, Argentina, Brasil e Peru.

O restaurante Planet Hollywood também estaria fechando uma negociação para abertura de uma unidade em São Paulo, trazendo o empreendimento temático, que faz sucesso nos EUA.

A tradicional marca de sapatos britânica Clarks também olha o Brasil. Além dela, a rede Sbarro, de culinária italiana, quer um pedacinho do mercado de pizzarias. Com atuação em mais de 45 países, a empresa projeta crescer no por aqui com venda de fatias de pizza, com foco de aberturas, principalmente, em praças de alimentação de shoppings, universidades e hospitais.

(Por O Negócio do Varejo) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM