A Marisa, varejista de moda feminina, não conseguiu reverter o prejuízo do segundo trimestre deste ano e fechou no vermelho novamente. A empresa encerrou o terceiro período com prejuízo de R$ 27 milhões – um crescimento de 46,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o prejuízo foi de R$ 18,4 milhões.

O resultado veio por conta da queda de 1,4% nas vendas da varejista e de 2,4%, considerando a mesma base de lojas (aquelas abertas há mais de 13 meses). Com isso, o receita líquida passou de R$ 592,9 milhões no terceiro trimestre de 2014 para R$ 584,3 no mesmo período deste ano.

Apesar disso, o Ebtida (lucro antes das amortizações, depreciações, impostos e juros) aumentou 21%, para R$ 45,1 milhões.

A Marisa afirmou em relatório que “o terceiro trimestre foi mais um período de consolidação das medidas voltadas à recuperação da eficiência e da consistência operacional”. Segundo a varejista, os resultados “já demonstram de forma clara o início da captura dos resultados de tais medidas em vários pontos da operação”.

De fato, os estoques tiveram redução de 5,1% no período e a geração operacional de caixa alcançou R$ 55 milhões. “Nossos estoques tiveram seu volume reduzido e cresceram em qualidade; nossas carteiras de recebíveis continuam bastante robustas; e, antecipando medidas de melhoria de eficiência do nosso Balanço Patrimonial – inicialmente previstas somente para 2016 – a combinação de uma melhor gestão de estoques com melhores negociações com fornecedores, fez com que otimizássemos substancialmente nossa geração de caixa, com consequente aumento na nossa posição de Disponibilidades, redução do endividamento líquido e da alavancagem financeira”, comentou a varejista.

Marisa ainda comentou que não espera por meses melhores em 2016, porque “a Companhia entende que a contínua deterioração do ambiente político e econômico deverão impor desafios ainda maiores nos próximos meses e ao longo de 2016”. “A acentuada queda de tráfego em nossas lojas verificada particularmente a partir do mês de setembro, nos faz crer que o crescente nível de desemprego associado aos elevados níveis de inflação e taxas de juros deverão erodir ainda mais a capacidade de compra da população, particularmente aquela de baixa renda, que se concentra grande parte dos nossos clientes”.

Diante desse cenário, a varejista interrompeu as vendas diretas e afirmou estar fazendo uma análise das lojas abertas no último ano – ao todo, 15. No início de outubro, fechou quatro dessas lojas e as demais estão em fase de monitoramento após implementação de medidas de adicionais para a recuperação de seus resultados.

(Por NoVarejo – Escrito por  Camila Mendonça) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM