Durante passagem pelo Brasil, Jean Charles Naouri, presidente do Casino, entrou com um segundo processo de arbitragem na Câmara de Comércio Internacional para conter fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour. Desta vez, o Pão de Açúcar foi incluído no processo. Na ação anterior, iniciada em maio, apenas a família Diniz fora envolvida.

De acordo com especialistas ouvidos pelo Brasil Econômico, casos em que sócios entram com quatro ou cinco processos de arbitragem são frequentes. “O Casino tem uma segunda reclamação contra Abilio Diniz, diferente da primeira”, diz Ruy Quintans, professor de economia empresarial do Ibmec. Assim, como no primeiro pedido de arbitragem, o processo segue em caráter confidencial. O Casino apenas informa que deseja assegurar o cumprimento do acordo de acionistas firmado com a família Diniz em 2006.

BNDES pede voz na gestão do novo gigante
Mesmo disposta a financiar a união entre Pão de Açúcar e o grupo francês Carrefour, a cúpula do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) está preocupada em assegurar algum mecanismo de governança que impeça o empresário Abilio Diniz de, em um segundo momento, vender para estrangeiros a participação na empresa que surgirá da fusão. Por meio de um criterioso acordo de acionistas, o banco quer ter a gestão compartilhada com Diniz. Além de exigir a manutenção das atuais participações por um prazo determinado, a consulta prévia aos demais acionistas será pré-condição para novas fusões, aquisições e venda de ativos.

(Por Brasil Econômico)