Frente a um cenário desafiador para o varejo, as vendas em outlets – que reúnem diversas marcas com pontas de estoque – ganha força. Com o custo até 66% menor para operar, quando comparado a um shopping, os centros de compras investem em expansão e trazem descontos que vão até 30%, na perspectiva de movimentar, em 2017, R$ 4,5 bilhões.

Com previsões positivas de crescimento, são esperados em 2016 pelo menos mais quatro novos espaços. O número é o dobro da média de 2014. “Para os próximos anos a expectativa é satisfatória. Teremos até 30 outlets, com um total de 400 mil metros quadrados de área bruta locável [ABL]”, diz o fundador da Agência Brasileira de Outlets (About), André Costa.

Segundo o executivo, em 2017, as vendas devem alcançar a somatória de R$ 4,5 bilhões. Hoje o valor está na faixa dos R$ 2,5 bilhões. “Atualmente o segmento já conta com 120 redes de moda nos outlets. A previsão é que o número crescerá 30% em até três anos”, estima.

Prova do bom desempenho do setor é o Catarina Fashion Outlet, localizado no km 60 da rodovia Castello Branco, no município de São Roque (SP). O empreendimento foi inaugurado em 2014 com 89 lojas é teve uma receita 50% maior que o esperado pelos empresários. “Temos um grande diferencial por conta do mix de marcas nacionais e internacionais. Acredito que o sucesso do empreendimento é também devido a localização, já que temos capacidade para atender a 14 municípios da região”, diz o diretor presidente da unidade Shoppings da JHSF, Christian Vasconcellos da Cunha.

O empreendimento, que acaba de inaugurar mais 16 novas lojas e alcançar 105 mil m² de área construída, mantém o plano de expansão para os próximos anos.

Segundo o executivo da JHSF, até o início de 2017, o Catarina Fashion Outlet agregará ao portfólio da operação novos 5 mil m² de área de venda e infraestrutura. Segundo o diretor, por mês são cerca de 70 mil veículos no local.

Custo-benefício

Controlados por auditorias semanais, 70% dos produtos comercializados pelos lojistas precisam ter um desconto de 30% em relação a preços praticados em outros empreendimentos, explica Cunha. Pelas características do espaço, são oferecidos preços mais baratos de aluguel e uma menor taxa do condomínio, com garantia de venda. “Normalmente os outlets estão em pontos mais distantes, o cliente que vai para lá está com uma intenção de compra e também preparado para fazer compras em grandes volume”, salientou.

Costa explica que os custos de operação nos outlets são menores que em shoppings. “Os gastos são mais baixos, pois os outlets não possuem escadas rolantes, elevadores, por exemplo. Em média, o custo operacional para uma loja no outlet é um terço do custo de um shopping comum”.

De acordo com Costa, como existem poucos outlets no Brasil, a grande maioria dos brasileiros sequer tem acesso ao negócio. “Mas quando passam a conhecer o formato deste tipo shopping, que são os outlets, eles assimilam rapidamente as vantagens que eles oferecem”, ressaltou o diretor.

Não existem dados consolidados sobre os clientes de outlets, mas a About estima que cerca de 16 milhões visitem os oito espaços nesse formato que estão abertos no Brasil.

Pioneirismo

A General Shopping Brasil, irá inaugurar no próximo dia 22, o quarto empreendimento no formato, o Outlet Rio com 92 lojas e 150 grifes nacionais e internacionais. A empresa se tornou uma das pioneiras no setor quando, em 2010, inaugurou o Outlet Premium São Paulo. Atualmente o empreendimento recebe por ano 5,5 milhões de pessoas de todo o País. Possui 104 lojas com mais de 130 marcas em operação.

(Por O Negócio do Varejo) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM