A guerra continua e parece que não terminará logo! No dia seguinte ao anúncio da proposta de união do Pão de Açúcar com o Carrefour, as ações da varejista brasileira baterem recorde absoluto de volume negociado. Giraram quase R$ 1,7 bilhão, quatro vezes o movimento da Vale e cinco vezes o da Petrobras. Foi nada menos do que 25% do total negociado na BM&FBovespa ontem, ou o equivalente a 9,2% de todo o valor de mercado da companhia.

Mas, no lugar de ser um aval dos investidores comemorando a potencial transação, a grande demanda veio do Casino, sócio e atual rival de Abilio Diniz no controle do Pão de Açúcar. Na quarta-feira, dia 29, à noite, a rede francesa informou ao Pão de Açúcar que comprou mais 6% do capital da empresa em bolsa, em ações preferenciais, nos últimos dias. Com isso, sua fatia na companhia subiu de 37% para 43%. Trata-se de um investimento de R$ 1,1 bilhão.

“As aquisições de ações confirmam o compromisso de longo prazo do Casino com a companhia e com o Brasil”, disse o grupo francês em comunicado. A posição acionária do Casino no Pão de Açúcar se torna tão elevada que, mesmo se a fusão com o Carrefour sair, ele poderá ter influência decisiva na nova empresa.

O advogado José Carlos Dias, contratado pelo Casino para defendê-lo em eventuais ações criminais, disse ao jornal Folha de São Paulo que o plano que Abilio costurou com o Carrefour, o BTG Pactual e o BNDES equivale “a um golpe de Estado”.

(Por Folha de S. Paulo – SP, Portal Exame e Valor Econômico)