O Walmart retomou as aberturas de lojas no Brasil, embora em ritmo pequeno, e espera inaugurar entre 4 a 5 unidades novas em 2015, todas num formato de loja de desconto com a bandeira Hiper Todo Dia, definida pela companhia como uma rede de “soft discount”, com promessa de preços mais atraentes.

A informação foi dada pelo presidente do Walmart Brasil, Guilherme Loureiro.

Ele lembrou que, nos últimos dois anos, sob sua gestão, o Walmart deixou de abrir lojas e se concentrou em reduzir gastos e integrar as bandeiras que haviam sido adquiridas em anos anteriores.

De acordo com Loureiro, porém, o formato de loja de desconto tem apresentado um crescimento relevante e, por isso, a companhia decidiu que seria necessário investir, ainda que o processo de integração não esteja concluído.

“O formato é prioridade e estamos abrindo porque não dá para esperar”, comentou. “O consumidor está buscando preço”, acrescentou.

O Walmart já possui uma rede de lojas da bandeira Todo Dia, no formato de supermercados. Ao final de 2014, iniciou o projeto de lançamento de hipermercados da mesma marca e tem destacado a expansão na região Nordeste.

Loureiro afirmou ainda que a rede varejista avançou no processo de integração das redes. De acordo com ele, lojas e centros de distribuição da região Sul já operam com sistemas integrados.

O presidente do Walmart Brasil disse que a última etapa será a integração de sistemas na região Nordeste, a qual deve ser encerrada no final de 2016.

“Crescemos muito na companhia no passado e não deu muito tempo de reduzir custo, portanto, nos últimos dois anos estamos num processo de redução de custos muito forte”, comentou.

O executivo falou ainda sobre o cenário de consumo no Brasil e afirmou que os supermercados têm sofrido com queda de vendas em volume e redução do número de visitas dos consumidores às lojas.

“Uma coisa que vemos é que o salário do trabalhador não dura todo o mês, portanto temos visto uma concentração das vendas nos primeiros dias do mês.”

Na avaliação de Loureiro, esse comportamento tem sido negativo para as vendas no formato tradicional de hipermercados. “O consumidor pode ir no início do mês em um hipermercado, mas só volta a comprar depois para repor o essencial e nessas ocasiões pode ir a uma loja menor”, ponderou.

O presidente do Walmart Brasil afirmou que na crise a companhia segue reforçando o seu modelo de negócios do “Preço Baixo Todo Dia”. Esse modelo prega uma lógica de preços mais estáveis, diferente do chamado “high-low”, em que há promoções em itens selecionados durante períodos mais curtos de tempo.

Loureiro disse que a companhia tem conseguido acostumar fornecedores brasileiros a seu modelo de precificação. Apesar disso, ele considerou que a companhia tem sido mais “flexível” com fornecedores quanto ao prazo de duração de certos preços promocionais.

“Não posso ser inflexível sem abrir mão do nosso prazo de 90 dias para manter o preço, mas sem prejudicar a política”, completou.

Em 2013, a companhia chegou a anunciar o fechamento de 25 lojas. Loureiro afirmou que em 2015 não houve fechamentos, mas ponderou que isso é algo recorrente no varejo sempre que uma unidade demora a maturar.

“A diferença este ano é que a análise não pode levar em conta apenas a crise, porque toda loja sofre com ela”, comentou.

(Por Exame) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM, Walmart