A Unilever acredita em crescimento de vendas no Brasil da ordem de um dígito alto este ano, o que representa uma desaceleração em comparação a anos anteriores.

Em São Paulo, o presidente da companhia no Brasil, Fernando Fernandez, afirmou que vê um arrefecimento ante o ritmo de crescimento de dois dígitos dos últimos três anos no País e que no primeiro trimestre o desempenho já ficou na ordem de um dígito.

Fernandez considerou que o ambiente no Brasil está mais difícil diante do aumento de custos vindo da alta de preço de energia, ao mesmo tempo em que há maior cautela dos consumidores. “Alguns mercados estão em queda e há um impacto de curto prazo, mas seguimos otimistas no médio prazo e investindo no Brasil”, declarou.

O executivo ainda afirmou que a crise hídrica tem afetado negativamente as vendas da companhia. De acordo com ele, parte significativa do portfólio da Unilever está associada ao consumo de água.

Ele citou como exemplo o fato de que as vendas de produtos para lavagem de roupa (como sabão em pó e líquido) tiveram queda de 10% nas vendas na Grande São Paulo no primeiro trimestre de 2015.

“Estamos com performance melhor do que a média do mercado, mas o mercado como um todo teve queda e no curto prazo vemos os volumes sensíveis na Grande São Paulo”, ponderou. Além dos produtos para lavar roupa, o executivo citou categorias para cabelo e sabonetes sendo afetadas pela crise hídrica, embora em menor grau.

Do ponto de vista da produção, porém, Fernandez afirmou que ainda não houve prejuízos em razão de desabastecimento de água. De acordo com ele, a companhia tem planos de contingência para permitir a transferência da produção da região Sudeste para outros locais caso seja necessário, mas isso ainda não ocorreu.

Investimentos

Fernandez afirmou que a Unilever mantém o compromisso de investir no Brasil acima dos níveis da média global. De acordo com ele, entre 4% e 5% da receita líquida são investidos em itens como infraestrutura produtiva.

Ele declarou que a empresa deve abrir uma fábrica no Brasil no segundo semestre. Outros 15% da receita são alocados em publicidade e investimentos nos pontos de venda. O executivo descartou a possibilidade de redução de postos de trabalho no Brasil.

Ele disse ainda que a companhia mantém o ritmo de renovação de cerca de 70% do portfólio de produtos por ano. Neste ano, disse, a companhia tem lançamentos premium e para consumidores de alta renda, mas ele descartou que há um esforço maior para oferecer produtos de melhor custo benefício, com embalagens mais econômicas, por exemplo.

(Por Exame) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM