É o que aponta levantamento feito pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo). O documento Evolução e Perfil do Varejo revela que, entre 2008 e 2013, o setor de supermercados foi o que apresentou maior aumento de participação no varejo paulista: em 2008, ele respondia por 25,9% das vendas e, em 2013, a participação subiu para 31,7% (quase um terço). De acordo com os dados, isso beneficiou a geração de empregos, que aumentou 25% no setor varejista no mesmo período.

“O desempenho do Estado foi altamente positivo, embora inferior ao observado no Brasil, que foi de 54,6%, segundo o IBGE, o que revela perda de participação relativa de SP no comércio nacional”, afirma Rogério Amato, presidente da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de SP) e presidente-interino da CACB (Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil).

“Ao longo da última década, o consumo das famílias se converteu no principal motor do crescimento econômico”, diz Amato. Ele completa que os fatores que levaram a isso foram: crescimento da renda; elevação do emprego; expansão do crédito, com prazos mais longos; bônus externo, resultante da valorização das matérias primas exportadas e  bônus interno, pelo aumento da participação da população no mercado de trabalho.

“Mas esse ciclo de expansão começou a apresentar desaceleração a partir de 2011, na medida em que os dois bônus perderam intensidade. No plano externo, a crise financeira internacional provocou queda dos preços das commodities vendidas no exterior pelo país, enquanto internamente, a redução das concessões do crédito, que surgiu como resposta ao aumento da inadimplência, somado ao aumento de juros e à redução dos prazos de financiamento, provocou arrefecimento do consumo. A resultante desaceleração da atividade econômica, por sua vez, reduziu paulatinamente a geração de novos empregos, mitigando o crescimento dos salários”, avalia o presidente da ACSP.

Capital perde força e Interior ganha

Entre 2008 e 2013, o comportamento do varejo não foi uniforme em todas as regiões paulistas, mas em todas o crescimento foi significativo. Embora continue sendo o maior mercado de consumo do Brasil, o varejo da capital vem registrando crescimento mais lento do que outras regiões, com sua participação no total das vendas varejista no Estado caindo de 35% para 30%, com deslocamento para o interior, onde algumas regiões apresentaram expressivo aumento em termos absolutos e relativos.

Enquanto as vendas do varejo no Estado cresceram 20,5% no período, na capital a expansão foi de apenas 6,5%, a menor do Estado. Já algumas regiões registraram aumento superior a 40%, como Osasco (43,4%) e Guarulhos (42,1%), ou próximo disso, como Sorocaba (39,1%).

“O interior vem se destacando não apenas pela expansão do varejo, como também do setor industrial e da construção civil, além do agronegócio, gerando demanda para empregos mais especializados, que oferecem melhores salários. Isso vem mudando o perfil de muitas cidades, sendo que algumas se destacam como polos educacionais ou referências no campo da saúde”, finaliza Rogério Amato.

(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM