Sorria, você está sendo filmado. E se você sorriu porque gostou de algum produto dentro de uma loja, saiba que as câmeras já estão ajudando a aumentar as vendas.

O que as câmeras veem? “Eu acredito que seja para a segurança dos clientes”, diz o administrador Hilbert Madeira. “Eu acho que pelo menos com as câmeras a gente espera que tenha segurança”, também afirma Ligia Gallo, designer de interiores.

Só que, agora, as câmeras servem para outras coisas também. Os clientes nem imaginam, mas as câmeras espalhadas pela loja captam muito mais do que a imagem de todo mundo que entra na loja.

Elas são capazes de identificar se o consumidor é um homem ou uma mulher e a idade aproximada dessa pessoa. Elas também detectam o sorriso do cliente e em que momento isso aconteceu. “Estão tentando descobrir onde é que eu estou gastando meu dinheiro”, reflete o taxista Augusto Ribeiro.

É tecnologia usada como ferramenta de vendas. Funciona assim: a câmera “enxerga” a pessoa e suas expressões. Um minicomputador envia essas informações para o sistema, que organiza os dados e transforma em gráficos.

Em um dos gráficos, aparece os dias mais movimentados da semana e quem apareceu mais: homem ou mulher. Outros sensores também podem ser instalados. Um deles, na porta da loja, conta quantas pessoas entraram e o horário.

Com o sistema, é possível identificar quais produtos chamam mais a atenção e onde a loja é mais e menos visitada.

“O sistema consegue ter, então, uma riqueza maior de informação pra fazer uma loja cada vez mais moldada em função de quem realmente frequenta aquele lugar. Essas informações são restritas ao lojista, são para uso de pesquisa. A gente não armazena a imagem de nenhum cliente”, diz Francisco Forbes, fundador da Seed.

Para um especialista em varejo, a tecnologia substitui os antigos questionários de pesquisa. Assim, o comerciante pode montar o negócio exatamente como o consumidor dele deseja.

“A venda fica mais consultiva. A loja se torna, adota uma postura ativa e não passiva no sentido de esperar o cliente pedir. Acho que vai ser muito mais sob medida esse atendimento”, explica Ricardo Pastore, coordenador do Núcleo do Varejo da ESPM.

As clientes da marca que já usa o sistema inteligente nem desconfiavam dele, mas aprovaram. “Se as pessoas gostaram mais disso, vai ter mais disso na loja e o consumidor vai comprar mais. Então é bom. Vai ter mais do que você gosta na loja”, diz a estudante Isabella Arcangeli.

(Por G1) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM