O comércio eletrônico é visto, com frequência, como uma alternativa viável para quem quer empreender. No entanto, a facilidade em abrir uma loja virtual muitas vezes não se transforma em vendas e, sem consumidor, a loja fecha.

Uma pesquisa da Big Data Corp. mostra que o tempo médio de vida das lojas virtuais brasileiras é de apenas três meses. Para se ter uma ideia, a cada 100 empresas físicas abertas no Brasil, 24 fecham em até dois anos, segundo o Sebrae.

O diretor-executivo da BigData Corp., Thoran Rodrigues, afirma que “comparado a um estabelecimento físico, o e-commerce é muito tentador”. Segundo ele, algumas pessoas montam lojas virtuais de graça, já que não precisa de estoque e o investimento inicial é muito baixo.

— As barreiras de entrada são pequenas e, em poucos dias, é possível montar uma e-loja e começar a operar. Dada essa facilidade, muita gente resolve se aventurar. O desafio não está em abrir, mas sim em manter o negócio ativo.

O presidente da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), Mauricio Salvador, explica que entre os motivos para a baixa taxa de sobrevivência das lojas virtuais estão a falta de planejamento, de investimento e de fluxo de caixa.

Apesar dessa mortalidade em pouco tempo, o volume de lojas virtuais no Brasil está crescendo. A pesquisa mapeou mais de 35 milhões de sites, dos quais 450 mil são e-lojas no Brasil. Um comércio eletrônico é considerado desativado quando para de ser acessado, de ser atualizado ou de receber qualquer tipo de interação por um período superior a um mês.

Apenas no primeiro semestre deste ano, o comércio eletrônico brasileiro já faturou R$ 16,06 bilhões, de acordo com o relatório Webshoppers da E-bit, empresa especializada em informações do comércio eletrônico. Isso representa um aumento de 26% em relação ao mesmo período de 2013, quando o setor teve um faturamento de R$ 12,74 bilhões.

Motivos

Os motivos que levam uma loja virtual ao encerramento são inúmeros: a falta de planejamento e profissionalização da equipe, a competição acirrada e a ausência de um mercado consumidor forte são alguns deles.

Além de motivos relacionados à gestão do negócio, outros podem ser citados: lojas ou ações de venda temporárias realizadas por empresas e marcas e plataformas criadas para teste de mercado são alguns exemplos.

Confiança

Rodrigues afirma que o fator confiança também é um obstáculo para as lojas virtuais. O consumidor não confia em uma loja pequena, que tem dificuldade em vender e acaba fechando. De acordo com pesquisa da Experian Hitwise, a taxa média de conversão brasileira é baixíssima: apenas 1,65%.

De acordo com Salvador, o consumidor já aprendeu a procurar sinais de confiança. As lojas recém-criadas têm dificuldade maior de atrair confiança porque não têm reputação nas redes sociais.

— Ele procura reclamações e opiniões de outros consumidores, desconfia de ofertas muito agressivas à vista ou no boleto.

O Sebrae dá algumas dicas para transformar visitas na loja virtual em vendas: conhecer bem o consumidor, dialogar diretamente com ele por meio de e-mail no site ou das redes sociais, usar bem o e-mail marketing.

Além disso, assim como uma loja física, a virtual precisa ser atraente. É preciso desenvolver um layout criativo com boas fotos e descrição detalhada dos produtos, disponibilizar de forma clara, na sacola de compras, todas as informações necessárias para a conclusão do pedido, e oferecer uma boa assistência pós-venda.

(Por R7) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM