A Máquina de Vendas, criada em 2010 a partir da fusão das redes Ricardo Eletro e Insinuante, já tem um plano na manga para atrair um sócio caso os fundos de investimento que ainda estão olhando o negócio não concluam a operação.

Os acionistas Ricardo Nunes, com 47,3% do grupo, e Luiz Carlos Batista, com 52,7%, devem se reunir nos próximos dias com o Bradesco, que foi contratado no ano passado para assessorar a varejista na busca de um sócio para a empresa.

Depois de conversar com cerca de 30 fundos e empresas, entre eles o Temasek, Carlyle e TPG, o Kinea, fundo controlado pelo Itaú, que fez sua estreia no varejo este ano com a compra de uma fatia na mato-grossense Lojas Avenida, foi um dos que chegaram mais perto de fechar o negócio, mas, segundo fontes de mercado, a proposta apresentada desagradou aos acionistas.

Procurado, o Kinea não comenta.

A saída que deverá ser oferecida aos dois acionistas será a venda de uma fatia da divisão de comércio eletrônico da Máquina de Vendas, a Pontocom, que já fatura cerca de R$ 2 bilhões, um quinto do faturamento bruto da companhia projetado para este ano, de cerca de R$ 10 bilhões, de acordo com fontes de mercado.

A proposta original previa a entrada de um sócio para a compra de 20% a 40% do negócio. Os recentes movimentos de empresas de comércio eletrônico que estão indo para a Bolsa, como o da Cnova, da ViaVarejo e Casino, e das chinesas Alibaba e JD, estão sendo apresentados como alternativa para a Pontocom, que poderá fazer uma fusão ou vender uma fatia minoritária, sem diluir a participação dos acionistas na holding.

Procurado, o empresário Ricardo Nunes não deu detalhes da negociação. À reportagem, ele disse que as conversas com os fundos ainda não acabaram. Nunes não citou o nome dos fundos ainda envolvidos nas atuais conversas.

Segundo ele, a divisão Pontocom se diferencia das demais por ter um maior leque de produtos, e não só eletroeletrônicos, como suas principais concorrentes. “Temos cerca de 120 mil itens, desde roupa de cama, brinquedos, parafuso até eletroeletrônicos”, afirmou.

Debêntures

A Máquina de Vendas está em meio a um processo de emissão de debêntures, no valor de R$ 380 milhões, o que ajudará a dar fôlego aos negócios e mais tempo aos acionistas para pensar em um plano B.

Fontes familiarizadas com a operação afirmaram que a companhia varejista poderá emitir um valor bem superior aos R$ 389 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

(Por Exame) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM