Maior volume de promoções em lojas no Brasil afetou rentabilidade da operação, e por consequência, da margem bruta no negócio de supermercados do grupo na América do Sul. A margem bruta no País caiu de 22,2% de janeiro a março de 2013 para 19,9 % no mesmo período de 2014.”O forte desempenho da área de shopping centers e do braço de varejo de produtos para casa (negócio da rede em outros países) compensou a pressão na divisão de supermercados, impulsionada pela atividade promocional agressiva no Brasil”, escreveu em relatório a equipe liderada por Antonio González, do Credit Suisse.

A Cencosud é terceira maior rede de varejo da América Latina, com R$ 9,8 bilhões em receita bruta em 2013, alta de 1% sobre 2012. No Brasil, a empresa controla as cadeias com operação regional Prezunic, G.Barbosa, Bretas, Mercantil Rodrigues e Perini. São cerca de 220 lojas no País. A varejista ainda opera na Argentina, Chile, Colômbia e Peru.

Balanço
De acordo com o balanço trimestral publicado nesta semana, no Brasil a empresa apurou alta nas vendas de cerca de 4,8% de janeiro a março, taxa de expansão superior apenas à do Walmart no país, que cresceu 4,4%. A receita líquida passou de R$ 2,15 bilhões no primeiro trimestre de 2013 para R$ 2,25 bilhões nos três primeiros meses de 2014. Para esse período, o Grupo Pão de Açúcar (área alimentar) se expandiu 11,4% e o Carrefour, 8,3%. A rede cita efeito calendário (a Páscoa aconteceu em abril), para explicar os resultados, mas esse fator afetou todas as redes no período.

Vendas mesmas lojas
Nas unidades em operação há mais de um ano, as vendas subiram 1,1%, pior taxa da empresa para esse período desde 2009. O Grupo Pão de Açúcar (área de alimentos) apurou alta de 4,7% e Carrefour, de 6,4%. Uma das metas definidas, e mencionadas em encontros do comando da rede com analistas, em maio, é a melhora desse indicador em 2014. O número de tíquetes em “mesmas lojas” (operações de venda na mesma base de lojas de 2013) caiu 12,9%.

A rede apresentou pela primeira vez a variação no quadro de funcionários no Brasil, com encolhimento desse número. Balanços verificados desde 2011 não tinham essa informação. A soma passou de 34.811 para 33.959 empregados, redução de 852 postos de trabalho, queda de 2,4%. Houve aumento no número de pontos de venda no intervalo, o que deveria levar, teoricamente, a uma expansão da base de funcionários. Na América do Sul, o número de empregados caiu de 153,9 mil para 148,5 mil.

No Brasil, o número de lojas passou de 206 em março do ano passado para 221 em março de 2014. Procurada para esclarecer a redução no quadro de empregados, a empresa não se manifestou.

(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM