Nada menos que cinco mil pessoas disputaram espaço ontem, na Retail´s Big Show, em Nova York, para ouvir o que tinha a dizer o 43º presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Do lado de fora do Jacob K. Javits Convention Center, onde as tendências do varejo para o mundo são apresentadas, o clima, entretanto, foi de manifestação, com ativistas empunhando cartazes contra o ex-presidente norte-americano.

CEOs de grandes corporações do varejo e da área de tecnologia, incluindo as lideranças cearenses do comércio, Freitas Cordeiro, presidente da CDL, e Honório Pinheiro, da FCDL, assistiram, com interesse, à fala de Bush fotos: regina carvalho

CEOs de grandes corporações do varejo e da área de tecnologia, incluindo as lideranças cearenses do comércio, Freitas Cordeiro, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), e Honório Pinheiro, da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL), assistiram com interesse à fala de Bush.

O ex-presidente norte-americano não se deteve em comentários sobre o varejo, mas ressaltou a importância do setor nos Estados Unidos, na empregabilidade de veteranos militares. O setor é gerador de um em cada quatro empregos nos EUA.

Bush relembrou momentos de sua trajetória na Casa Branca, quando além de presidente, conforme destacou, foi o ´commander in chief´ das Forças Armadas, por ocasião dos ataques ocorridos no dia 11 de setembro de 2001.

Ele revelou que ao chegar ao Marco Zero, onde ficavam as torres gêmeas, na ocasião do atentado, “foi como chegar ao inferno” e que sua responsabilidade então era de levar esperança à população. “Isso mudou a minha presidência e, evidentemente, o País para sempre”, destacou.

Decisões

O ex-presidente norte-americano fez ainda reflexões sobre as decisões mais importantes de sua vida, incluindo a resposta aos atentados terroristas e à guerra no Iraque. Bush defendeu sua atuação na presidência dos Estados Unidos. “Se você abriga um terrorista, é igual a um terrorista”, classificou. Acrescentou que para haver paz no mundo é preciso ter uma sociedade livre.

Bem-humorado, o ex-presidente americano pediu aos presentes que ajudassem na sua aposentadoria comprando o seu livro, que traz reflexões sobre as suas decisões.

Ele também comentou que gostou de ser chamado pelo atual presidente Barack Obama para ir ao funeral de Nelson Mandela em sua companhia. “Não tenho saudades de ser presidente, mas sinto falta do Air Force One”, brincou Bush.

Do lado de fora do Jacob K. Javits Convention Center, onde as tendências do varejo para o mundo são apresentadas, o clima, entretanto, foi de manifestação, com ativistas empunhando cartazes contra o ex-presidente norte-americano

Cortes de impostos

Acerca da política de cortes de impostos que deflagrou, durante seu governo, para tentar impulsionar a economia norte-americana, George W. Bush avaliou que a decisão foi importante, pois “os ataques mataram três mil e junto a economia. Os cortes foram o remédio”.

Depois, lembrou, veio a bolha imobiliária, e como ele não queria a depressão, se cercou de pessoas como Ben Bernanke, do Federal Reserve (FED) – o Banco Central dos EUA -, para se aconselhar sobre como agir, culminando com a decisão de injetar dinheiro nos bancos norte-americanos. “Faria tudo de novo”, completou George W. Bush.

Capítulo da história

Para o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, Freitas Cordeiro, a fala de Bush trouxe curiosidades sobre como um presidente americano enfrenta a realidade.

“Em um país que é líder mundial como é o dia a dia de um presidente. Ele de fato não veio fazer uma conferência para varejo. É válido saber como ele vive hoje e sua visão de não se pronunciar sobre política, pois entende que tem que respeitar o comando de quem está no momento”, comentou.

O presidente da CDL Fortaleza, acrescentou que “isso na política é uma tranquilidade para o governante de plantão. Ele (Bush) é um capítulo da história”, afirmou.

Freitas Cordeiro disse ainda que também achou interessante George W. Bush ressaltar que não é onisciente, mas precisa se cercar de pessoas que possam colaborar com ele.

“Acho que o nome dele foi uma boa escolha (para o painel). Aqui se respira tecnologia, mas o Bush veio trazer uma quebra, a oportunidade de ouvir um bate-papo informal com um presidente norte-americano, respondendo a questionamentos sobre o seu dia a dia”, avaliou o presidente da CDL Fortaleza.

( Fonte: Diário do NordesteVarejo, Núcleo de Estudos do Varejo, Retail Lab