A chegada da Big Ben acirra a concorrência no mercado local. Fortaleza já tem 2,36 farmácias por 10 mil habitantes. OMS recomenda 1 farmácia para cada 10 mil habitantes

O mercado de farmácia deve ficar mais competitivo nos próximos meses com a recente chegada da rede paraense Big Ben a Fortaleza e a previsão para inauguração de mais 10 lojas do grupo ainda neste ano, além das cinco já inauguradas – sendo quatro em novembro de 2013. Segundo informações apuradas pelo O POVO, a rede deve seguir o modelo implantado em outras filiais e instalar na cidade lojas com produtos diversificados, como perfumes, brinquedos, joalheria e eletrônicos, dentre outros.

Apesar da estratégia agressiva, a rede tem pela frente as Farmácias Pague Menos, líder do segmento no Estado. Além de ser a primeira rede varejista atuando nos 26 estados e no Distrito Federal, a Pague Menos conta com mais de 650 lojas e atua em 240 municípios, sendo 114 lojas só em Fortaleza e Região Metropolitana.

“Com a presença de grandes farmácias e ainda por cima com a chegada de grupos de outros estados, fica cada vez mais difícil para as de pequeno ou médio porte se sustentar no mercado. A saída encontrada é a formação de redes”, afirma Janne Costa, empresária e vice-presidente da Superfarma, que conta com 30 lojas na capital e Região Metropolitana.

“As vantagens (das grandes redes) vão desde o aumento do poder de barganha para negociação de descontos com os laboratórios até o fornecimento de material de divulgação padronizado para todas as lojas”, enumera. “As farmácias estão buscando vender outros produtos e oferecer serviços bancários para pagamento de contas porque está cada vez está mais difícil se manter no negócio vendendo só remédio” conclui.

O Conselho Regional de Farmácia do Ceará (CRF-CE) estima que Fortaleza possua 579 farmácias e drogarias regulares. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a recomendação é de que haja uma farmácia para cada 10 mil habitantes.

Segundo dados do instituto IMS Health, empresa que audita o mercado farmacêutico mundial, o Brasil é o quarto mercado consumidor de medicamentos, atrás apenas dos Estados Unidos, Japão e Alemanha, com uma proporção de 3,82 farmácias para cada 10 mil habitantes. São 72,7 mil farmácias e drogarias, o que coloca o país no topo em comparação ao número de farmácias no planeta, de acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF). Em Fortaleza, a proporção é de 2,36 farmácias por 10 mil habitantes com bases em dados do Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

 

Sobre a venda de outros produtos não relacionados à medicamentos, a assessoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) informou por nota que desde 2010, cerca de 60 mil drogarias no país conseguiram autorização judicial que as desobrigam a cumprir a resolução 44/2009, que proíbe a venda de produtos alheios à saúde, como comida e produtos de conveniência. A fiscalização do cumprimento da regulamentação cabe às vigilâncias sanitárias locais.

“Questionamentos sobre o que pode ou não pode ser comercializado em farmácias já existe há muitos anos. O fato de cada unidade federativa ter sua própria legislação e a dinâmica de mercado, como a venda ou fusão de grupos econômicos, implicam na atuação das farmácias e drogarias”, afirma Luciana Irineu, secretária-geral do CRF-CE.

 

Dicionário

Farmácia – estabelecimento de manipulação de fórmulas, comércio de medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de atendimento privativo de unidade hospitalar.

Drogaria – estabelecimento de fornecimento e comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais.

Drugstore – estabelecimento que comercializa diversas mercadorias, com ênfase nas de primeira necessidade, como alimentos, produtos de higiene e limpeza e apetrechos domésticos, podendo funcionar em qualquer período do dia e da noite, inclusive domingos e feriados.

 

(Fonte: O Povo ) Varejo, Núcleo de Estudos do Varejo, Retail Lab