>Durante o segundo dia de atividades do SAP Forum 2011 foi realizada a Mesa Redonda sobre Varejo, que reuniu clientes atuantes nesta vertical para compartilharem suas experiências e processos de gestão com o uso de aplicativos de negócios. Foi consenso que o momento de implementação de softwares neste segmento é a oportunidade ideal para repensar e estruturar o empreendimento, com objetivo de crescimento no mercado.

Os CIOs presentes admitiram que o ERP não é a solução capaz de garantir o diferencial competitivo que o varejo busca hoje, mas é o caminho para que os varejistas possam chegar a esse patamar. Um dos últimos setores a aderir a onda do ERP, o Varejo optou por esse caminho dos três últimos anos pra cá. A maioria ainda se encontra na fase de implementação e de arrumar a casa.

“Todo processo de mudança envolve perdas e ganhos. Muitas vezes, avançar no Varejo envolve desconstruir para construir. O SAP veio justamente para cumprir esse papel. Desconstruir uma série de ambientes que sustentavam a estrutura da empresa até determinado ponto e que precisam evoluir”, diz Cássio Miranda, diretor financeiro e CFO do Grupo SBF, que opera a rede de lojas esportivas Centauro.

Segundo o executivo, na última década, o grupo cresceu a razão de 35% ao ano em termos nominais. Mas, com a chegada da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas em 2016, o cenário é propício para almejar objetivos maiores. “Nesta conjuntura, a empresa deve repensar-se e buscar um outro nível de aporte em estruturação de todas as plataformas que opera, pois o sistema é determinante para o bom desenvolvimento do negócio”, explica.

O investimento na implementação de um software de ERP estruturado está alinhado com o plano de expansão de um negócio. Para Dimitrius Markakis, presidente da Dicico, a velocidade deste crescimento depende da estrutura disponível na empresa. “É necessário criar um modelo empresarial baseado não apenas em pessoas, mas também em processos. A vantagem em adquirir uma plataforma SAP é que você precisa parar, pensar o seu negócio e com isso reinventá-lo para atender a demanda.

A Dicico, por exemplo, necessita que o produto seja entregue na casa dos clientes de acordo com a data estipulada na compra. No caso da cidade de São Paulo, por lei, o serviço deve ser feito com hora marcada. “O cliente quer o cimento para amanhã e o ferro três semanas depois. Após milhares de pedidos é necessário a inteligência de uma plataforma que atenda as exigências no que tange a quantidade de materiais e horários acertados. A agilidade nesse processo permitiu uma expansão acelerada, que não é vista em nossos concorrentes”, conta Markakis.

Baseado nas experiências descritas, o ERP estruturado pode ser, então, o alicerce para sustentar o crescimento de um negócio. Entretanto, segundo Leonardo Leonel, CIO da rede de Supermercados EPA, o investimento não é representativo se os processos estiverem baseados apenas na forma correta de utilizar a ferramenta. “A tecnologia que operamos permite alcançarmos a qualidade que desejamos. Mas, quem está por trás da máquina é o humano. Temos que desenvolver as pessoas. Não adianta o software mostrar onde acontece uma perda, se um funcionário não for capaz de tomar uma decisão”, explica.

Em relação à customização do ERP da SAP, a maioria dos clientes da empresa alemã presentes ao debate, consideram satisfatória. Eles destacam que o produto traz as best pratices do mercado, o que facilita bastante o processo de adequação. De qualquer forma, algumas aplicações relacionadas ao ponto de venda e a integração entre varejo online e virtual, ainda são desafios a serem vencidos.

Decision Report (David Plassa) – 23/03/2011