A redução nas expectativas de crescimento da economia do país tem afetado a confiança do consumidor. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do município de São Paulo, apurado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), caiu pela quinta vez consecutiva, na menor pontuação desde junho de 2009.

O indicador registrou queda de 5,7% em julho e passou de 145 pontos, no mês anterior, para 136,7 pontos (o ICC segue uma escala na qual resultados acima de 100 indicam otimismo e, abaixo, pessimismo). Na comparação com o mês de julho de 2012, quando registrava 160,6 pontos, o ICC apresentou queda de 14,8%.

De acordo com a FecomercioSP, a persistência da inflação, que impacta negativamente a renda real do consumidor, é o principal fator da queda apurada pelo indicador. Em julho, parte da perda de confiança também pode ser atribuída ao sentimento de insatisfação visto nas ruas.

O mercado reduziu nesta segunda-feira (5) a estimativa de crescimento da economia do país no ano para 2,24%, de acordo com o Boletim Focus, do Banco Central (BC), que faz um levantamento com economistas de instituições financeiras. Há duas semanas, o governo também havia cortado a previsão de alta do PIB para 3%.

Os dados do ICEA foram especialmente impactados pela queda da confiança dos consumidores com renda superior a 10 salários mínimos (10,8%), que passou de 150,1 para 133,9 pontos entre junho e julho. O IEC, no entanto, revela que o mesmo grupo de consumidores está 2,8% mais otimista em relação ao futuro, tendo passado de 133,5 para 137,3 pontos. Na comparação com o ano anterior, quando registrou 168,2 pontos, o mesmo indicador apresenta retração de 18,4%.

Os consumidores que recebem menos de 10 salários mínimos estão menos otimistas, registrando queda de 7,6% para 136,8 pontos em julho no índice que mede as expectativas de consumo para o futuro (IEC). Com relação às condições econômicas atuais (ICEA), a queda foi de 5,9% para o mesmo grupo, passando de 146,2 para 137,6 pontos.

Indústria é ‘calcanhar de Aquiles’ da economia brasileira

A produção industrial tem sido o calcanhar de Aquiles da economia brasileira, sem conseguir decolar, apesar de dois anos de medidas de estímulo do governo.

A fraqueza da produção industrial nos últimos meses chegou a afetar o indicador de atividade do Banco Central, que, em maio, mostrou a maior retração da economia desde 2008.

A alta de mais de 10% do dólar ante o real neste ano deve ajudar a tornar os produtos brasileiros mais competitivos no exterior, mas o real mais fraco também elevou o custo da matéria-prima para os produtores locais.

Os altos e baixos da indústria também refletem o ritmo irregular de recuperação da economia brasileira, que deve registrar crescimento fraco no terceiro trimestre deste ano.

(Por Uol) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo