Esse modelo de produção utiliza não apenas a expertise de suas equipes internas, mas também ideias vindas de fora: de voluntários, fãs ou não, da marca.

O conceito da vez, que permeia reuniões de empresas modernas, é o crowdsourcing. Esse modelo de produção utiliza não apenas a expertise de suas equipes internas, mas também ideias vindas de fora: de voluntários, fãs ou não, da marca. Através do crodwsourcing pode se resolver problemas, criar conteúdos e até inventar novos produtos e soluções baseados na comunicação da marca com as pessoas, principalmente pela internet.

Mas como é possível aplicar o conceito de crowdsourcing em sua empresa? “Apenas ouvindo seu consumidor”, diz Peter Espersen, chefe das comunidades online e co-criador do Grupo Lego, durante a Conferência Crowdsourcing, que aconteceu no Fecomercio, em São Paulo. “É possível criar laços com os fãs da sua marca e deles virão inúmeras ideias e incentivos, além de críticas construtivas”, diz.

A Lego é um ótimo exemplo de como o crowdsourcing pode ser enriquecedor. “Ao criar o Facebook da Lego há alguns anos, vi várias brincadeiras envolvendo o fato de como é doloroso pisar descalço em um tijolo Lego. Abraçamos a brincadeira e  fizemos vídeos e piadas com isso, que aconteceu com quase todo mundo que teve o brinquedo nas últimas décadas”, conta.

Mudança de estratégia

Ele conta que antigamente, quando uma pessoa mandava uma sugestão de um novo modelo de Lego, recebia uma resposta padrão dizendo que a empresa não criava nada que não fosse concebido por suas equipes de criação. Mas, que em todo o mundo, surgiam ideias brilhantes, além de vídeos em stop-motion absurdamente viralizados e referências envolvendo Legos.

“Criamos então o Lego Cuusoo, que é uma comunidade na internet por onde recebemos ideias dos clientes e pagamos royalties para eles por aquelas que forem escolhidas e produzidas”, conta Espersen. “Foi a partir do Lego Cuusoo que criamos sucessos de venda como Lego Minecraft, baseado no jogo mundialmente famoso, e Lego Hayabusa, que é um dos mais vendidos do Japão. Quando você une seus produtos com a realidade de outras comunidades, os resultados são incríveis”, completa.

Baseados em sucessos mundiais e muito queridos pelo público, algumas novidades a serem lançadas são baseadas em sugestões como Portal, Zelda, De Volta Para o Futuro, entre outros. Em sua rede social, chamada ReBrick com mais de 75 mil membros, é possível trocar ideias e conhecer outros fãs da marca.

“Todos me dizem ‘para vocês é fácil, vocês são a Lego, são fortes como marca’, mas eu digo que é possível até mesmo para o pequeno empreendedor aplicar o crowdsourcing e envolver as pessoas. É um desafio, mas possível”, completa.

(Por NoVarejo – Escrito por  Cristiani Dias) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo