Impulsionado pela expansão dos shoppings, pelo crescimento do mercado de luxo e pelo aumento do consumo da nova classe média no país, o Brasil foi eleito pelo terceiro ano consecutivo como o país mais atraente para investimentos no varejo.

A classificação considera 24 variáveis em quatro áreas avaliadas: risco país (estabilidade politica e econômica); atratividade de mercado (potencial de varejo em vendas per capita, tamanho da população urbana); saturação (se há muita competição de companhias internacionais) e o critério de “time pressure” (avalia a rapidez que mercado cresce e urgência de investimentos feitos para não “perder” o melhor momento).

O resultado é apontado em relatório da consultoria A.T.Kearney, que, desde 2002, elabora o ranking do índice global de desenvolvimento do varejo, que mede a preferência de investidores de grandes empresas em relação às economias mundiais.

Mesmo com a recente desaceleração da economia e rebaixamento da nota dada ao Brasil, o consultor considera que os investimentos devem continuar em alta nos próximos 3 a 5 anos. “Eventos como Copa e Olimpíadas manterão o varejo aquecido.”

Editoria de Arte/Folhapress

Dos 30 países classificados na lista deste ano, sete estão na América Latina: Brasil, Chile (2º lugar), Uruguai (3º), Peru (12º), Colômbia (18º), México (21º) e Panamá (22º). No total foram selecionadas 200 nações consideradas em desenvolvimento.

“Mais de 50% da população já pertence à classe média brasileira. Há um ambiente de estabilidade econômica e baixo desemprego que permitem mais acesso ao crédito “, afirma Esteban Bowles, sócio da consultoria no Brasil, que destaca crescimentos anuais da renda per capita.

“São 30 a 40 shoppings abertos a cada ano, em regiões como interior de São Paulo e Nordeste; novas marcas de luxo chegam ao país e investimentos são feitos nas redes de varejo alimentar, drogarias, moda. O Brasil lidera a atenção dos investidores por causa dessa combinação de fatores”, completa.

Entre os shoppings que atraem novas grifes ao país, como Sephora, Miu Miu, Miuccia Prada, o relatório destaca o JK Iguatemi, em São Paulo, e o Village Mall, no Rio. “A Tiffany & Co. está abrindo em Curitiba sua quinta loja neste ano. O mercado de luxo está em franca expansão”, afirma Bowles.

Além desses investimentos, a consultoria destaca as recentes aquisições feitas no varejo: o J.P. Morgan Asset Management investiu US$ 45 milhões na loja online de moda Dafiti, e o grupo Carlyle comprou 85% da varejista brasileira de brinquedos Ri Happy.

Os investimentos dos fundos em varejo passaram de 5% em 2011 para 22% em 2012, segundo dados da Abvcap (Associação Brasileira da Indústria de Private Equity e Venture Capital).

(Por Folha de S.Paulo) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo