O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou ontem (3/6), sem restrições, a aquisição, de uma unidade de suínos da BRF em Caxias do Sul (RS) pela JBS, por R$ 200 milhões.
O processo foi analisado pela nova lei de defesa da concorrência e agora, com o aval do Cade, as empresas poderão realizar a operação.O sinal verde foi dado em despacho da superintendência-geral do órgão, publicado ontem no “Diário Oficial da União” e, portanto, o caso não precisará passar por julgamento em plenário do Cade.

Conforme o anúncio feito pelas duas companhias em maio, a operação envolve a unidade de abate localizada no distrito de Ana Rech, em Caxias do Sul (RS), a Granja André da Rocha, localizada em Nova Prata (RS), e os ativos biológicos da operação (cerca de 491 mil suínos). Dos R$ 200 milhões que a JBS pagará à BRF, R$ 120 milhões se referem à unidade de Ana Rech e à Granja André da Rocha. Pelos ativos biológicos, a empresa pagará R$ 80 milhões.

A unidade que a JBS vai adquirir da BRF pertencia inicialmente à multinacional francesa Doux Frangosul. Em 2011, a empresa, em dificuldades financeiras, tomou um empréstimo da BRF e ofereceu uma série de ativos em garantia, entre eles a indústria da cidade gaúcha. Como a Doux não conseguiu pagar a dívida, a unidade de Ana Rech passou a ser propriedade da BRF.
Mas o acordo firmado com o Cade, que permitiu a união de Perdigão e Sadia e a criação da BRF, em 2009, impedia a empresa de fazer aquisições no segmento de aves e suínos no Brasil. Com isso, o Cade congelou a operação feita entre BRF e Doux em novembro do ano passado. Em janeiro deste ano, o órgão antitruste determinou que a BRF deveria vender os ativos que a Doux havia dado como garantia.

A unidade de abate de suínos de Ana Rech tem capacidade para abater cerca de 3,5 mil animais por dia. Na prática, a JBS operava essa unidade desde o ano passado, quando arrendou os ativos da Doux Frangosul no Brasil.

(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, núcleo de estudos do varejo