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*Márcio Henrique Marques

Com a chegada da Copa das Confederações em 2013 e a Copa do Mundo em 2014, o comércio varejista deve se estruturar em tecnologia e inovação, além de investir na facilidade das operações financeiras, no atendimento à grande demanda por serviços e na segurança das operações de crédito.

Segundo pesquisa da empresa de consultoria Ernst & Young em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), a Copa do Mundo de 2014 poderá gerar um total de R$ 142 bilhões adicionais para o Brasil nos próximos anos. A estimativa é que sejam gerados 3,63 milhões de empregos, aumentando a renda da população em R$ 63,48 bilhões até 2014. Para o mercado varejista, as noticias são positivas e o consumo será crescente até o mundial, porém, é necessário que os comerciantes se alinhem quanto a essa demanda e, principalmente, se atualizem em questões de capacitação, tecnologia e automação bancária.

De acordo com dados do SEBRAE, existem comerciantes que não possuem computadores (27%) e dos 83% que o possuem, apenas 67% utilizam um software integrado de gestão de negócios. Portanto, se analisar o mercado atual em profundidade é notório o quanto necessita de preparo. Embora o varejo ainda precise de ajustes, no país do futebol a expectativa é que o setor cresça e muito durante os próximos quatro anos.

O comércio varejista já está em fase de transformação para se adequar as necessidades e, a partir daí, colher frutos que um campeonato como esse trará para empresários e todos os brasileiros. Toda a sociedade vai se beneficiar continuamente com os investimentos feitos até lá. Até 2014, os profissionais do varejo terão mais espírito empreendedor e a capacidade de adaptarem-se as novas tendências tende a ser mais rápida, além é claro, de contar com apoio conjunto de muitas entidades, como SEBRAE, FEBRABAN, AFRAC, entre outras.

Para os próximos quatro anos, o crescimento brasileiro será cada vez mais representativo. Baseado em estudos do Ministério do Turismo sobre o Turismo no Brasil entre 2011 e 2014, elaborado pelas principais entidades e lideranças do setor nacional, o turismo se consolidará como produto de consumo, projetando a geração de 2 milhões de empregos formais e informais de 2010 a 2014.

Apenas com base nestes dados é possível cogitar de forma realista um crescimento mínimo de 12% nos anos subseqüentes. Não se trata de futurologia, mas de dados reais. Pessoas que até então se encontravam desempregadas ou sem perspectiva, agora estão tendo condições de consumir como nunca, como é o caso das classes D e C, em especial ainda, a C, que tem sido a grande propulsora da atual situação econômica no Brasil. Para o varejo, a oportunidade começa agora e o comércio como um todo precisa se modernizar.

Diante deste cenário, entra a importância dos softwares de gestão, da construção de uma base de dados que trace o perfil de consumo dos indivíduos, permitindo que o varejista adéque seus produtos ao que realmente o cliente busca, além da melhoria do atendimento, da construção de vínculos que permitam estreitar e manter relacionamentos – componente fundamental para o sucesso das empresas, pois este é o verdadeiro diferencial que uma companhia pode apresentar, e um atendimento onde o cliente sinta que é único.

Outro investimento fundamental é na automação comercial sob medida, que deve ser priorizada, uma vez que a proposta é agilizar a forma segura de todas as relações de negócios entre os diversos setores da economia. O objetivo é oferecer agilidade e diminuição de custos de operação. Porém, na grande maioria, o que se vê é o investimento simplesmente em um programa que atenda a legislação, emitindo apenas cupons fiscais e esquecendo-se da gestão do negócio, dos índices de vendas, margens de lucro, produtos a serem mais explorados, entre outros fatores para gerir o comércio e ter controle efetivo sobre a empresa.

Se tudo correr conforme o Ministério da Fazenda prevê, as arrecadações baterão recordes ano a ano, a diminuição de concorrência desleal cairá a números ímpios, a estabilização econômica e o número de desemprego e inadimplência em baixa permitirá aos lojistas criarem crediários próprios, aumentando as receitas em longo prazo e fortalecendo-as financeiramente. Enfim, teremos alcançado a era de ouro do varejo? No que se refere à padronização de comunicação de dados, que permitirá aos lojistas integrar seu sistema ao do fornecedor, diminuindo o tempo em cadastramento de produtos, por exemplo, a resposta é sim. Do lado social, poderemos sonhar em ser um país do primeiro mundo, é claro que muitos outros fatores vão interferir neste processo.

Embora muitos ainda acreditem que 2014 esteja longe, o comércio varejista pode começar a pensar em se atualizar ontem, ou melhor, no momento atual, que é de oportunidade rápida. Dependendo do tamanho da empresa e complexidade do negócio, por melhor que seja a softwarehouse, um projeto de automação comercial pode levar até dois anos para adequar-se totalmente ao negócio. Não existe milagre, é uma questão de onde a empresa quer chegar e como pretende estar em 2014, e que venha 2016!

*Márcio Henrique Marques – Diretor Geral da Meridian Tecnologia

Fonte: Agência Contatto