>As varejistas do setor de eletroeletrônicos anteciparam as negociações com os fornecedores e pretendem enfocar, já em março, campanhas promocionais com motivos da Copa do Mundo. A intenção é fugir à possibilidade de alta de 7% no preço dos aparelhos da linha marrom (áudio e vídeo), que estiveram em falta no mercado no período do Natal por causa da retomada tardia da produção da industrial.

Com o evento esportivo, as redes acreditam até que haverá inversão no volume de vendas de televisores e aparelhos de som com relação aos anos “sem Copa” -60% dos aparelhos são vendidos no 2º semestre por conta do Natal. Otimista com a data, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) espera ver alta de 100% em vendas na comparação com 2009.
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Ao DCI Luciano Hoffmann, diretor comercial do Walmart Brasil, disse que, mesmo com a falta de itens em estoque, não há risco de o consumidor ver aumento nos preços das linhas marrom e branca neste início de ano. “Nas negociações, eles [os preços] estão estáveis.” Segundo o diretor, a expectativa da varejista é crescer 40% em vendas de televisores no primeiro semestre, o que corresponde a 55% do normal para o ano. “Em tempos normais vendemos 40% ou 45% dos aparelhos no primeiro semestre.”

Para garantir, porém, melhores condições nas conversas com os fornecedores, a rede antecipou as negociações e afirma que vai garantir preço e modelos exclusivos para alavancar as vendas de televisores para a Copa, conta Hoffmann. “Já definimos o volume dos pedidos e começamos as negociações com a indústria em janeiro, para conseguir volume e boas ofertas para os clientes.”

Concorrência

Para Roberto Nascimento, professor do Núcleo de Estudos do Varejo da ESPM, a concorrência acirrada no setor e o “fenômeno eleições” podem segurar uma possível alta nos preços dos eletroeletrônicos, neste início de ano. “A concorrência no comércio é sempre melhor para o consumidor”, diz. “É preciso lembrar que o varejo especializado como o de eletrônico está ainda mais competitivo, e isso ajuda a segurar os preços”, completa.

Nascimento ressalta que os varejistas acertaram ao antecipar as compras neste ano, porque isso dá fôlego para as empresas não perderem com ruptura de estoque. “Março é o tempo ideal para começar as vendas pensando na Copa”, diz. O especialista acredita que a busca pela preferência do consumidor vai atrair também as redes médias, que têm como trunfo o atendimento personalizado para fechar as vendas. “Nesse cenário eles podem crescer 15%.”

Fonte: DCI – 10/02/2010