O designer francês Petit Romain divulgou um projeto que pode transformar a maneira como as pessoas bebem cerveja e até mesmo a forma como a bebida é transportada e comercializada. A novidade consiste em uma garrafa quadrada.

O pequeno bloco armazena cerveja em quantidade individual e tem como principal vantagem a facilidade com o armazenamento. Quando acomodadas em caixas, elas ocupam perfeitamente todos os espaços, algo que não ocorre com as garrafas tradicionais.

O conceito foi desenvolvido com a marca Heineken. Porém, no site do designer não existe informação se a empresa solicitou ou chegou a apoiar a ideia com o intuito de colocar o modelo à disposição no mercado.

Em termos sustentáveis o projeto é bastante efetivo. Um caminhão seria capaz de transportar uma quantidade muito maior de garrafas em cada viagem, o que, consequentemente, reduziria as emissões de combustíveis fósseis e também os gastos com logística.

Na década de 60 a cervejaria holandesa lançou uma edição limitada de uma garrafa quadrada, que fugia totalmente aos padrões dos engradados de cerveja. O intuito do design era torná-la útil à construção civil, podendo substituir o uso de tijolos nas edificações.

Antes que o conceito de sustentabilidade fosse difundido pelo mundo, o holandês Alfred Heineken já visualizava estratégias para dar novas utilidades às garrafas de cerveja após a bebida ser consumida. A opção sugerida por ele era que elas fossem feitas no formato de tijolos, para serem reaproveitadas na construção civil.

A ideia surgiu quando Heineken fez uma viagem à ilha caribenha de Curaçao. Lá ele avistou muitas garrafas descartadas na praia, por causa da falta de dinheiro para que os engradados fossem devolvidos às plantas de engarrafamento. A outra preocupação do holandês era com a escassez de materiais de construção em preços acessíveis à classe baixa.

O empresário considerou esses dois pontos e então contratou o arquiteto holandês John Habraken para auxiliar a criar uma espécie de garrafa tijolo. Foram necessários três anos até que o modelo, chamado de Wobo, ficasse pronto. O projeto considerou tudo o que era possível para baratear a construção, por isso os engradados tinham o formato adequado para se encaixarem uns aos outros, reduzindo assim o uso de argamassa.

As garrafas eram realmente capazes de exercer a função dos tijolos. Com mil Wobos era possível construir um abrigo de 33 metros quadrados. Em 1963, quando as garrafas surgiram, a fábrica holandesa produziu cem mil delas, em dois tamanhos: 350 e 500 mm, para tornar o uso mais eficiente.

A ideia foi bastante inovadora, no entanto não teve continuidade. Hoje elas são consideradas relíquias, encontradas apenas nas mãos de colecionadores ou no museu da marca em Amsterdã. No entanto, existem duas construções feitas com o material, que comprovam a veracidade da informação e a utilidade das garrafas, ambas estão localizadas em propriedades da Heineken na Holanda.

(Por Ciclo Vivo) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo