As 250 maiores varejistas globais geraram receitas agregadas de 4,53 trilhões de dólares, o que equivale a mais que o dobro do PIB brasileiro, que fechou 2017 em 2,05 trilhões de dólares. As receitas desses varejistas apresentaram um crescimento composto de 5,7% em relação ao ano anterior. A pesquisa Global Powers of Retailing, da Deloitte, compreende o ano fiscal de junho de 2017 a junho de 2018.

O ranking coloca empresas dos Estados Unidos nas quatro primeiras posições, com a liderança sendo ocupada mais uma vez pelo WalMart, que fatura 500 milhões de dólares por ano, quatro vezes mais que a segunda colocada, a Costco. Kroger (3ª) e Amazon (4ª) fecham o grupo que puxam as primeiras posição. A alemã Schwarz fecha o Top5.

Reynaldo Saad, sócio-líder da indústria de Consumer da Deloitte, aponta que a disputa entre países no ranking de maiores varejistas manteve sua lógica dos últimos anos, com predomínio das americanas e manutenção do ritmo de ascensão das chinesas. “Os demais países continuaram a ter sua participação mais o menos igual no ranking. Alguma coisa maior aconteceu no Oriente Médio e no Leste da Ásia”, aponta. O Brasil colocou três empresas entre as 250 maiores.

Segundo a pesquisa, a margem de lucro líquido média das empresas do ranking é de 2,3%, uma preocupação sempre latente no varejo, que precisa se virar sempre dentro de margens apertadas de retorno. A varejista de utensílios domésticos e itens para construção Home Depot é a que mais se destacou no TOP 10 quando o assunto é margem de lucro, com 8.6% de retorno, quase quatro vezes maior que a média.

O Walmart, apesar da sua hegemonia, tem apresentado crescimento da receita de apenas 1,3% ao ano na média dos últimos cinco anos avaliados (2012 a 2017). A Amazon, sua principal rival na construção do varejo omnichannel, cresceu 18% no período. Só na passagem de 2017 para 2018, a empresa de Jeff Bezos cresceu mais de 25%, enquanto o Walmart conseguiu 3%.

No varejo farmacêutico, a luta é intensa entre a Walgreens e a CVS. A Walgreens fechou o ano fiscal com crescimento de 2,1% e receita de 99 milhões de dólares, enquanto a CVS, duas posições depois, teve receita de 79 milhões, mas sofreu com uma redução dos resultados em relação ao ano anterior, com decréscimo de 2,1%. Foi a única Top 10 com resultado negativo.

Confira os resultados das dez maiores varejistas do mundo:

1. Wal-Mart (EUA) – departamento

Receita: 500 milhões de dólares

Crescimento anual: 3%

Margem líquida de lucro: 2,1%

Retorno em ativos: 5,1%

Crescimento médio da receita de 2012 a 2017: 1,3%

Número de países onde opera: 29

Participação estrangeira na receita: 23,9%

 

2. Costco (EUA) – departamento

Receita: 129 milhões de dólares

Crescimento anual: 8,7%

Margem líquida de lucro: 2,1%

Retorno em ativos: 7,5%

Crescimento médio da receita de 2012 a 2017: 5.4%

Número de países onde opera: 12

Participação estrangeira na receita: 27.2%

 

3. Kroger (EUA) – alimento

Receita: 118,982 milhões de dólares

Crescimento anual: 3.2%

Margem líquida de lucro: 1.5%

Retorno em ativos: 5.1%

Crescimento médio da receita de 2012 a 2017: 4.2%

Número de países onde opera: 1

Participação estrangeira na receita: 0%

 

4. Amazon (EUA) – departamento

Receita: 118,573

Crescimento anual: 25.3%

Margem líquida de lucro: 1.7%

Retorno em ativos: 2.3%

Crescimento médio da receita de 2012 a 2017: 18.0%

Número de países onde opera: 14

Participação estrangeira na receita: 36.8%

 

5. Schwarz (Alemanha) – departamento

Receita: 111,766

Crescimento anual: 7.4%

Margem líquida de lucro: indisponível

Retorno em ativos: indisponível

Crescimento médio da receita de 2012 a 2017: 7.5%

Número de países onde opera: 30

Participação estrangeira na receita: 58.9%

 

6. Home Depot (EUA)  – casa e construção

Receita: 100,904

Crescimento anual: 6.7%

Margem líquida de lucro: 8.6%

Retorno em ativos: 19.4%

Crescimento médio da receita de 2012 a 2017: 6.2%

Número de países onde opera: 4

Participação estrangeira na receita: 8.4%

 

7. Walgreens (EUA) – farmácia

Receita: 99,115

Crescimento anual: 2.1%

Margem líquida de lucro: 3.5%

Retorno em ativos: 6.2%

Crescimento médio da receita de 2012 a 2017: 6.7%

Número de países onde opera: 10

Participação estrangeira na receita: 11.9%

 

8. Aldi Einkauf (Alemanha) – alimento

Receita: 98,287 estimada

Crescimento anual: 7.7%

Margem líquida de lucro: indisponível

Retorno em ativos: indisponível

Crescimento médio da receita de 2012 a 2017: 7.2%

Número de países onde opera: 18

Participação estrangeira na receita: 65.1%

 

9. CVS Health (EUA) – farmácia

Receita: 79,398

Crescimento anual: -2.1%

Margem líquida de lucro: indisponível

Retorno em ativos: indisponível

Crescimento médio da receita de 2012 a 2017: 4.5%

Número de países onde opera: 3

Participação estrangeira na receita: 0.8%

 

10. Tesco (Reino Unido) – alimento

Receita: 73,961

Crescimento anual: 2.8%

Margem líquida de lucro: 1.5%

Retorno em ativos: 1.9%

Crescimento médio da receita de 2012 a 2017: -2.4%

Número de países onde opera: 8

Participação estrangeira na receita: 20.7%

(Por NoVarejo – Raphael Coraccini) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM, Deloitte