Na loja conceito da Hering, as calças, jaquetas e acessórios são os mesmos encontrados em outras lojas próprias, franquias ou mesmo no e-commerce. Lá, a novidade não está no que as pessoas compram, mas em como compram.

Tecnologias como identificação por radiofrequência (RFID), provador inteligente, reconhecimento facial, click and collect e espaços instagramáveis estão no espaço da marca no Morumbi Shopping, em São Paulo. Com a implantação dessas funcionalidades, a empresa quer acelerar a transformação digital em toda a rede.

A Hering Experience, como foi batizado o conceito, foi erguida em menos de um mês. A reforma do espaço foi concluída no início de outubro do ano passado e contou com o apoio de uma startup. “Do primeiro brainstorm à inauguração, reforçamos o desafio de mobilizar e fomentar a nossa cultura empreendedora, de paixão pelas conquistas e pelos projetos que estamos colocando em pauta”, conta Thiago Hering, diretor de negócios da rede.

RFID e reconhecimento facial

O espaço tem várias novidades que os clientes podem curtir. Porém, as tecnologias de monitoramento chamam atenção de qualquer varejista. A loja usa sensores para mapear o movimento e identificar o perfil das pessoas que circulam por lá. Um dashboard exibe um mapa de calor de acordo com o interesse dos clientes por determinadas áreas do estabelecimento.

Com a identificação por radiofrequência nos produtos, a equipe de gerenciamento consegue modificar a disposição de peças com assertividade e acompanhar os resultados em tempo real. O sistema RFID permite mensurar a conversão de vendas por peças provadas e controlar o estoque com agilidade.

Já o reconhecimento facial dá à Hering o poder de entender como os consumidores reagem às peças dispostas pela loja. Usando a análise de expressões, é possível saber se os clientes gostam de determinado produto. Além disso, a tecnologia permite traçar um perfil dos visitantes da loja, o que é interessante em tempos de hiperpersonalização.

Experiência

Os consumidores que visitarem a loja do Morumbi Shopping serão incentivados a usar o espelho interativo, que mostra toda a coleção da Hering de maneira dinâmica. Se o cliente gostar de alguma peça que viu no espelho, o equipamento dá a opção de compra dos produtos pelo e-commerce, fornecendo um QR Code. Basta escanear o código para ser direcionado à página do produto na internet.

Além do espelho inteligente, os provadores também oferecem comodidade aos visitantes. Caso a peça escolhida não seja a ideal, basta usar um painel touch screen para solicitar que o atendente da loja leve outro tamanho até o provador. É possível, ainda, escolher outro modelo para provar sem sair da cabine.

A integração entre os canais é marca registrada na loja conceito da Hering. Os visitantes são incentivados a interagir com o online a todo momento. Fica claro que o omnichannel já é um conceito maduro na rede. A possibilidade de comprar na loja física e receber em casa e a presença do click and collect – este último serviço é oferecido em todas as 81 lojas próprias da Hering – fortalecem esta percepção.

“Temos evoluído na implementação e na ampliação do omnichannel em toda a nossa rede, porque consideramos uma importante alavanca de integração dos canais de venda, de incremento da experiência de compra e do fortalecimento da relação com os nossos consumidores”, justifica Hering.

Quem gosta de estar conectado deve aproveitar ainda mais a Hering Experience. A rede aderiu à onda dos espaços instagramáveis. A vitrine virou um cenário onde as pessoas podem posar para fotos. A marca sabe que é costume de muitos usuários do Instagram tirar fotos em frente ao espelho. Por isso, a nova loja ganhou provadores coloridos, para incentivar os cliques.

Outra novidade da Hering Experience é a personalização de estampas. Os consumidores usam um tablet para dar a cara que quiserem a suas camisetas. Os equipamentos do espaço batizado de “Do seu jeito” imprimem as estampas personalizadas em até cinco minutos.

Expansão do conceito

A Hering Experience chegará em outras lojas próprias da rede e franquias. A empresa, porém, não detalhou como e quando isso deve acontecer. A Hering afirma que algumas operações podem receber apenas algumas das tecnologias da loja conceito.

A Hering possui capital aberto e a novidade agradou os investidores. Quando o lançamento foi anunciado, em outubro, as ações da companhia acumularam alta de 17,78% naquele mês. “A empresa entende a velocidade que o varejo exige e compreende que há uma boa aceitação por parte do mercado àquelas companhias que erram e corrigem rápido. Ou seja, que reagem”, diz Hering.

(Por NoVarejo – Leonardo Guimarães) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM, Hering