O movimento de vendas do varejo paulistano cresceu 2,6% em agosto na comparação com o mesmo período de 2017, segundo o Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O resultado foi puxado pelo sistema a prazo (5,9%), “beneficiado pela queda dos juros e pelo alongamento dos prazos, que estimulam a compra parcelada de produtos de maior valor (duráveis e semiduráveis)”, explicou Marcel Solimeo, economista da ACSP. “De forma geral, em 2018, as vendas parceladas têm tido performance melhor por conta do corte progressivo na taxa Selic. Contudo, o efeito dos juros vem perdendo força”.

O sistema à vista caiu 0,7%, resultado do inverno irregular: as baixas temperaturas na primeira metade de agosto não persistiram na segunda quinzena, o que prejudicou o desempenho de roupas e calçados da moda outono-inverno.

Solimeo acrescentou que a confiança do consumidor está estagnada em patamar baixo e o brasileiro está cauteloso diante da incerteza eleitoral. “A expectativa é que nos três últimos meses do ano, a depender das circunstâncias, o varejo reaja, para fechar 2018 com crescimento acima dos 3%”.

De janeiro a agosto, o movimento de vendas do comércio da capital registrou alta média de 2,8%, puxada pelo sistema a prazo (7,2%), ajudado pela combinação de juros mais baixos e prazos maiores. Na contramão, as comercializações à vista caíram 1,7%, refletindo o inverno pouco consistente no decorrer dos últimos meses.

Frente a julho, o movimento do comércio cresceu em média 4,4% em SP. As vendas à vista subiram 8,8%, pelo efeito sazonal do Dia dos Pais. Por outro lado, o sistema a prazo ficou estável em agosto (0%) sobre julho.

O Balanço de Vendas é elaborado pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, com amostra fornecida pela Boa Vista SCPC.

(Por Mercado&Consumo) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM