À venda desde 2016, a Casas Bahia acaba de lançar seu novo aplicativo para celular. Repaginado, o app agora usa tecnologia e big data para fazer ofertas personalizadas ao cliente, com base em suas compras, buscas recentes e até no local onde ele mora. Os recursos se assemelham aos do já conhecido aplicativo do Pão de Açúcar, empresa irmã da varejista (ambas são do Grupo Pão de Açúcar).

Porém, há uma diferença básica: as pessoas compram comida toda semana. Mas não é sempre que elas precisam de uma TV, um sofá ou um liquidificador. É aí que entra a estratégia de ampliar o portfólio de produtos e se tornar, no limite, uma “loja de tudo”. Com isso, a rede busca conseguir que seu cliente volte mais vezes.

“A ideia é se tornar uma referência para o consumidor. E quando ele precisar de algo, que procure primeiro com a gente”, afirma o diretor de TI da rede, Marcos Teixeira.

No site, a gama de produtos já é mais diversa há algum tempo. Em breve, todo o portfólio da internet estará disponível também nas lojas físicas, diz a companhia.

Além das ofertas personalizadas, o aplicativo da varejista permitirá, em breve, que o consumidor acompanhe sua entrega.

Outra vantagem é que app se integra aos sistemas de todos os canais de vendas da rede, do site às lojas físicas. Isso significa que, agora, o cliente que fizer uma pesquisa pelo app poderá chegar a uma loja e iniciar uma conversa com o vendedor sem ter de explicar suas necessidades desde o início.

“Não vai mais ter atrito nessa comunicação, vamos eliminar a necessidade de começar essa conversa do zero, é um atendimento integrado”, explica Teixeira.

Hoje, o celular representa 60% das visitas de clientes à Casas Bahia na internet e aproximadamente 35% das vendas da empresa.

A novidade tecnológica é uma boa notícia para o consumidor. Mas, convenhamos, não é como se a Casas Bahia estivesse na vanguarda da inovação. O app pode ser visto como mais um passo da rede para correr atrás do prejuízo, depois de ter ficado para trás na integração online e off-line e perdido espaço para concorrentes como Magazine Luiza.

Em 2015, a Via Varejo, holding que abarca Casas Bahia e Ponto Frio, chegou ao fundo do poço em valor de mercado, e ficou avaliada em 1,6 bilhão de reais. Isso fez com que, em novembro de 2016, o Grupo Pão de Açúcar colocasse a operação à venda. A oferta já vai para seu segundo aniversário, e até agora nada.

Nesse período, a companhia tem buscado arrumar a casa. Recentemente, anunciou a migração para o Novo Mercado, o segmento de mais alta governança corporativa da B3, o que a torna mais atrativa a possíveis compradores.

Na semana passada, divulgou lucro líquido de 20 milhões de reais entre abril e junho, revertendo um prejuízo de 85 milhões de reais no mesmo período do ano passado. E agora mostra um esforço para se aproximar das tendências de compra pela internet e atendimento omnicanal.

No fim de semana, a coluna Radar, da revista Veja, informou que o Magazine Luiza pode estar interessado na Via Varejo. Se o negócio se concretizar, o novo app pode entrar como brinde.

(Por Exame – Mariana Desidério) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM, Casas Bahia, App