A Lojas Renner é a primeira das varejistas de vestuário a divulgar os resultados do segundo trimestre, nesta quinta-feira à noite. Embora a oferta de produtos e os estoques da Renner não tenham sido afetados com a greve dos caminhoneiros, a queda de movimento nas lojas por conta da crise dos combustíveis e da Copa do Mundo impactou as vendas.

Mesmo assim, a varejista que há cinco anos vem demonstrando crescimento constante, deve anunciar resultados positivos. O Banco do Brasil estima um crescimento de 11,8% na receita líquida do trimestre, se comparado ao do ano anterior, enquanto no primeiro trimestre cresceu 15%. “A Lojas Renner deve anunciar mais um trimestre robusto em vendas e rentabilidade, refletindo coleção assertiva”, diz o relatório do Banco do Brasil assinado pela analista sênior Maria Paula Cantusio.

Um ano após seu início a isenção dos impostos Pis e Confis sobre as vendas, no segundo trimestre de 2017, que beneficiou os resultados das varejistas em dois pontos percentuais nas mesmas lojas, não surte mais efeito nos balanços deste trimestre, em comparação com os quatro anteriores. “Mas os contratos de hedge que a Renner fechou por seis meses devem beneficiar a margem bruta da companhia”, diz um analista.

Além disso, a Camicado, rede de lojas de cama, mesa e banho da Renner, reabriu lojas que estavam fechadas para reforma no primeiro trimestre, o que beneficiou as vendas. “As margens de ebitda devem permanecer estáveis porque a Renner teve gastos como a criação da financeira Realize, a digitalização das lojas e a internacionalização da empresa”, diz um analista. “O lucro líquido deve crescer por conta da queda da Selic. A Renner é um pouco alavancada e continua se beneficiando da queda de juros”, complementa o analista que não quis ser identificado.

As ações da companhia estão estáveis nos últimos 12 meses, mas triplicaram de valor nos últimos cinco anos. A Renner é um indiscutível caso de sucesso no varejo brasileiro. Mas não espere grandes emoções em seus resultados trimestrais.

(Por Exame) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM, Renner