O Walmart concordou em pagar 16 bilhões de dólares por uma participação de 77% no operador do indiano Flipkart, o maior acordo da varejista norte-americana, no momento em que abre outra via para enfrentar a concorrente Amazon.com em um importante mercado em crescimento.

O acordo, concluindo quase dois anos de idas e vindas nas negociações, abre nova frente na batalha do Walmart com a Amazon, que também expressou interesse em fazer uma oferta competitiva por uma participação.

“A Índia é um dos mercados de varejo mais atrativos no mundo, devido a seu tamanho e taxa de crescimento”, disse o presidente-executivo do Walmart, Doug McMillon, em um comunicado nesta quarta-feira, acrescentando que o acordo era uma oportunidade para parceria com uma empresa que está liderando a transformação do comércio eletrônico no mercado.

McMillon, falando na sede do Flipkart em Bengaluru, disse que o presidente-executivo do Flipkart, Kalyan Krishnamurthy, e o presidente-executivo do grupo, Binny Bansal, continuariam com suas funções atuais, segundo três fontes que participaram do evento.

A varejista disse esperar que a transação prejudique seu lucro por ação no ano fiscal de 2019 em uma faixa de 0,25 dólar a 0,30 dólar, caso o acordo seja concluído antes do fim do segundo trimestre, como esperado.

“Uma vez que o Flipkart deve gerar prejuízos significativos pelo menos pelos próximos anos, este é claramente um investimento para o futuro”, disse o analista de varejo da Moody’s Charlie O’Shea em um e-mail, acrescentando que é um indicativo da estratégia do Walmart de longo prazo de voltar os recursos para mercados de potencial e segmentos mais altos quando oportuno.

A compra de uma participação do Flipkart, que vende diversos produtos, dá ao Walmart acesso ao vasto mercado de comércio eletrônico da Índia que poderia ser avaliado em 200 bilhões de dólares anualmente em uma década, segundo o Morgan Stanley.

O Walmart disse que planeja financiar o acordo por meio de uma combinação de dívida nova e dinheiro.

A Reuters informou anteriormente que a controladora do Google, Alphabet, pode comprar uma fatia de cerca de 15 por cento na empresa, por 3 bilhões de dólares.

O restante do negócio será mantido por alguns dos atuais acionistas do Flipkart, incluindo o co-fundador da empresa, Binny Bansal, a chinesa Tencent Holdings, Tiger GlobalManagement e Microsoft, disse a empresa.

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