Nos EUA, a Amazon.com já conquistou a faixa etária dos Millennials, seus pais e a maioria de seus avós. Mas um grupo de clientes potenciais ainda não está nas mãos da maior varejista da internet.

Adolescentes raramente têm cartão de débito, crédito ou conta bancária e demonstram grande preferência por experimentar roupas e passear em lojas para comprar o que poderiam adquirir online. É um grande desafio para a Amazon.

Para lidar com isso, a gigante está em discussões iniciais com bancos ? incluindo JPMorgan Chase e Capital One Financial ? para criar um produto similar a uma conta corrente, de acordo com pessoas a par das conversas e que pediram anonimato. A Amazon pretende adaptar as contas para os muito jovens e quem não tem cartão.

“Quanto antes começar a coletar informações sobre eles, melhor será seu preparo”, disse Tim Barefield, diretor-gerente da consultoria Kotter International. “Para a Amazon, é outra maneira de expandir a marca. A marca dela chega a tudo que seus tentáculos alcançam.”

O plano mostra que a empresa reconhece que contas digitais para menores de idade podem conquistá-los definitivamente. A Amazon é profunda conhecedora dos ciclos de vida da clientela. A empresa oferece descontos em fraldas e papinhas a quem acabou de ter um bebê. Os calouros de faculdade recebem remessa grátis e desconto para aderir ao serviço premium Amazon Prime ? e quando começam a tomar decisões maiores de compra, esses jovens já são clientes da companhia.

Pseudocartão

Como muitos jovens não se qualificam para obter cartões de crédito, a Amazon criou um pseudocartão de débito chamado Amazon Cash. O sistema permite depositar dinheiro em lojas de conveniência 7-Eleven ou drogarias CVS Health para depois usar online.

No entanto, a Amazon há muito tempo sabe que o processo é trabalhoso e quis facilitar a vida de consumidores sem contas bancárias. Walmart e American Express oferecem as contas Bluebird, que fazem algum sucesso entre os adolescentes americanos.

Comandada pelo bilionário Jeff Bezos, a Amazon quer ir mais longe. Sua receita chegou a US$ 178 bilhões no ano passado, 31 por cento a mais do que em 2016 e quase 2.500 por cento a mais do que em 2004, quando muitos de seus potenciais clientes sequer tinham nascido.

Taxas de serviço

Em geral, é preciso autorização dos pais para um menor de 18 anos abrir uma conta bancária, que implica taxas de serviço e cheque especial.

Por isso, há espaço para a Amazon aprimorar essa experiência, disse Stuart Sopp, presidente da Current, startup que oferece cartões de débito a adolescentes.

“Tenho certeza que a Amazon está assustando todos os bancos regionais e cooperativas de crédito neste momento”, acredita Sopp. “Os bancos claramente não atendem a esse grupo demográfico, portanto há oportunidade.”

–Com a colaboração de Spencer Soper

(Por Bloomberg -Jenny Surane) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM, Amazon