O aplicativo do Wal-Mart está perto de superar o Apple Pay em uso em pagamentos móveis nos EUA, dando à maior empresa de varejo do mundo ainda mais influência em um momento em que um número crescente de pessoas compra com smartphones.

Disponível em 4.774 lojas, o Walmart Pay está cadastrando dezenas de milhares de novos usuários por dia, enquanto há quatro ou cinco meses estava na casa dos milhares, disse Daniel Eckert, administrador do negócio. Dois terços dos clientes que testam o serviço o usam uma segunda vez nos seguintes 21 dias, disse ele, o que lhe dá confiança de que o Walmart Pay superará o Apple Pay nos EUA em termos de uso por consumidores em lojas nas quais os serviços são aceitos.

“Se os cadastros diários não diminuírem, acho que isso ocorrerá em breve”, disse Eckert, vice-presidente sênior de serviços e aceleração digital. “Creio que estamos chegando muito perto disso.”

Richard Crone, CEO da firma de pesquisa Crone Consulting, estima que o Walmart passará o Apple Pay em usuários ativos nos EUA — aqueles que efetuam pelo menos duas transações por mês — até o fim de 2018.

O Wal-Mart é a maior empresa de varejo entre as que rejeitam o Apple Pay. Desde o lançamento do serviço, em 2014, a Apple tem conseguido ditar regras a lojas e bancos ansiosos por adotá-lo. Best Buy, Macy’s e Walgreens Boots Alliance estão entre as empresas de varejo que o aceitam.

O Walmart Pay foi apresentado em dezembro de 2015, mais de um ano após o lançamento do serviço da Apple. A empresa de varejo com sede em Bentonville, Arkansas, nos EUA, resistiu à atração da Apple, dando preferência ao seu próprio produto — e tem compensado.

Meses após a estreia do Walmart Pay, a empresa de varejo negociou com a Apple a incorporação do Apple Pay ao aplicativo, segundo pessoas com conhecimento do assunto. As negociações continuaram até março de 2016 e terminaram sem acordo devido à dificuldade de combinar a tecnologia que baseia a abordagem de cada empresa, disse uma das pessoas, que pediu anonimato porque as discussões foram privadas.

“Na qualidade de maior empresa de varejo do mundo, você pode imaginar que dialogamos com uma série de empresas sobre produtos e serviços que acreditamos que seriam de interesse de nossos clientes e a Apple, uma grande companhia, é uma dessas empresas”, afirmou o Wal-Mart. A Apple preferiu não comentar.

Ambas as empresas miram o mercado de pagamentos móveis, de US$ 49 bilhões, cujo desenvolvimento tem sido lento nos EUA. Muitos consumidores ainda mostram preocupação com a segurança dos pagamentos móveis e acham que o cartão de plástico muitas vezes é tão rápido e fácil quanto o telefone para pagar. Como muitas empresas de varejo, o Wal-Mart ainda não aceita a tecnologia de pagamentos sem fio incorporada aos celulares, o que prejudica os esforços da Apple. Em vez disso, o Walmart Pay escaneia um código no telefone para concluir uma transação.

(Por Bloomberg – Olga Kharif e Matthew Boyle) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM