A L’Oréal inaugura nesta terça-feira (24/10) no Rio seu primeiro centro de pesquisa e inovação da América Latina e o sétimo no mundo, que recebeu investimentos de R$ 160 milhões. O valor é R$ 40 milhões mais alto do que o inicialmente estimado, devido a ajustes da obra e impactos do câmbio e da inflação. O projeto começou em 2011 e tinha previsão de conclusão em dezembro 2015, mas ficou pronto no início de 2017.

“O centro é o símbolo do compromisso de longo prazo da L’Oréal no Brasil. O país é realmente estratégico para a L’Oréal e para o mercado da beleza. É o quarto mercado do mundo, atrás dos Estados Unidos, China e Japão”, diz a diretora de pesquisa & inovação da L’Oréal Brasil, Delphine Allard. O atraso do projeto foi considerado natural por burocracias finais da obra.

O centro de pesquisas de 15 mil metros quadrados tem como objetivo desenvolver novos produtos e tecnologias com potencial global, e adaptar os que são feitos lá fora aos padrões e hábitos do Brasil e da América Latina. Isso já era feito desde 2009, mas estava disperso nas fábricas de São Paulo e do Rio e na sede carioca.

Os cerca de cem funcionários, que agora trabalham de forma integrada, começaram a mudar-se a partir de maio. Os outros centros de pesquisa e inovação estão na França, nos Estados Unidos, na China, no Japão, na Índia e na África do Sul.

A diversidade racial aliada à vaidade e exigência da brasileira fazem do País um laboratório repleto de informações para o grupo. Delphine conta que a L’Oréal identificou a existência de oito variedades de cabelo em todo o mundo. “O Brasil é o único país onde se pode encontrar todos os tipos, do mais liso ao mais cacheado”, diz. Considerando os tons de pele, o grupo catalogou 66 cores diferentes – há 55 delas no Brasil.
A importância da beleza para as brasileiras, a exigência e o conhecimento sobre o assunto também contaram pontos para a abertura do centro brasileiro. “Se conseguirmos atender as necessidades das brasileiras, vamos conseguir atender as necessidades de qualquer consumidor no mundo”, diz.

As principais metas do novo complexo serão os cuidados dos cabelos, a proteção solar e higiene, especialmente desodorantes. O produto mais recente desenvolvido com tecnologia brasileira é o Cicatri Renov, tratamento que promete “plástica capilar”, já lançado no Brasil.

A intenção é distribuí-lo nos EUA e na Europa no ano que vem. A inauguração ocorre em meio ao anúncio do fechamento da fábrica no Rio, previsto para 2018. A produção será transferida para São Paulo. A empresa disse que levou em conta a necessidade de ajuste operacional ao ambiente econômico brasileiro adverso.

(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM