Ndays é uma startup que viu no prejuízo do varejo com a perda de produtos vencidos uma oportunidade de negócio. A empresa, em operação desde dezembro do ano passado, usa a internet para vender com descontos, para consumo rápido, produtos que estão chegando mais perto do fim de vida útil.

Os produtos vêm de 30 diferentes parceiros. Entre elas, estão algumas lojas do Extra, que vem fazendo programa-piloto com a startup. Em visita ao site na quarta-feira (6), era possível encontrar um pacote de ração que custaria R$ 61 vendido por R$ 49 (15 dias de validade), uma garrafa de azeite que seria vendida por R$ 15,04 por R$ 9,78 (com 69 dias de validade) e um pacote de macarrão que custaria R$ 7,89 por R$ 5,98.

Gustavo Zanetti, diretor de marketing e cofundador da empresa, diz que a ideia do negócio veio do caso de um amigo dono de importadora, que percebeu que um lote de cervejas ficaria encalhado e chamou um grupo para tomar a bebida em um churrasco. O fato fez os fundadores da empresa se atentarem à realidade de grande parte da indústria e do varejo: as perdas são inevitáveis e fazem parte dos custos rotineiros.

O Ndays surge como modo de reduzir o desperdício, de um lado, e recuperar parte do investimento feito nas mercadorias, de outro, diz.
Um dos grandes desafios do modelo é a organização das entregas, que precisam acontecer antes que o prazo de validade expire, diz Paulo Teixeira, sócio-fundador.

Ele diz que, na maioria dos casos, a empresa busca os produtos que varejistas querem vender com desconto e os leva para o armazém. Porém os itens não são comprados pela Ndays. Eles ficam em consignação no site e, caso sejam vendidos, as varejistas que os cederam recebem o valor recuperado, descontada comissão, que, em média, é de 18%.

O Ndays espera aumentar a variedade de itens, como produtos eletrônicos com pequenas avarias ou ingressos de shows e passagens de avião que podem encalhar.
“Nosso sonho é trabalhar com todo tipo de produto e serviço, não necessariamente perecíveis, mas coisas que seriam desperdiçadas”, afirma Zanetti.
A empresa afirma ter 50 mil usuários cadastrados. A companhia não informa o valor movimentado no site. Foi investido mais de R$ 1 milhão no negócio.

(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM