Os investimentos do Walmart no mundo digital voltaram a mostrar retorno em seu trimestre mais recente e ajudaram a elevar a receita da maior varejista do mundo em sua disputa contra a Amazon pelo domínio das compras dos consumidores.

A varejista com sede em Arkansans, nos Estados Unidos, que fez uma série de aquisições recentes de empresas de comércio eletrônico para tentar alcançar a rival Amazon, anunciou que as vendas pela internet nos Estados Unidos subiram 60% em relação ao mesmo trimestre de 2016. O Walmart conseguiu atrair mais clientes a seus supermercados, apesar das dificuldades enfrentadas por muitos varejistas para tirar as pessoas da frente dos computadores e levá-las às suas lojas.

Os avanços ajudaram o Walmart a elevar as vendas comparáveis do período em 1,8%, o 12º aumento trimestral consecutivo, e a evitar a melancólica tendência geral do setor. Os altos gastos da empresa e a remarcação de alguns preços para baixo, no entanto, pesaram nas margens de lucro do trimestre.

Os resultados chegam em meio ao ataque à maior fonte de receita do Walmart: a venda de alimentos. Em junho, a Amazon anunciou planos de comprar a rede de supermercados Whole Foods, uma notícia que sacudiu o setor e derrubou as ações do Walmart, do Kroger e de outras redes. Além disso, no mesmo mês a rede alemã Lidl, que costuma agitar os mercados onde opera, inaugurou sua primeira loja nos EUA.

No Reino Unido, o Asda, unidade de alimentos do Walmart, que vinha perdendo clientes para as rivais de baixo custo Aldi e Lidl, anunciou seu primeiro aumento nas vendas trimestrais em três anos, o que deu mais um impulso ao balanço da rede americana.

O Asda divulgou ontem (17/8) que as vendas de lojas abertas há mais de um ano, excluindo gasolina, subiram 1,8%, pondo fim a uma sequência de 11 trimestres consecutivos de declínio. O Asda atraiu 275 mil novos clientes às suas lojas no trimestre, segundo Sean Clarke, que voltou à unidade como executivo-chefe, depois de trabalhar no Walmart na China e no Canadá.

O executivo-chefe do Walmart, Doug McMillon, disse estar “encorajado” pelo progresso do Asda e destacou a melhora dos serviços de entrega de alimentos e de retirada na loja de compras on-line. “Os clientes vêm respondendo aos investimentos em preço e na experiência [de compra] nas lojas”, disse. “Ainda há muito mais a ser feito, mas estamos na direção certa”. Em 2016, o Asda, apesar do declínio no lucro, distribuiu dividendos de 450 milhões de libras esterlinas (US$ 578,25 milhões) ao Walmart.

Para concorrer contra a Amazon nos EUA, o Walmart trabalha para reforçar seu serviço de entrega de alimentos comprados on-line. Além disso, destaca a importância de sua presença física, já que 90% dos americanos vivem a menos de 15 km de algum supermercado da rede. A empresa divulgou ontem (17/8) que atualmente entrega alimentos em domicílio provenientes de mais de 900 lojas. O plano é expandir o número para 1,1 mil até o início de 2018.

“A Amazon é um competidor inacreditavelmente bom”, disse o executivo-chefe das operações americanas do Walmart, Greg Foran, a repórteres, ontem, quando também foi anunciado que as vendas de alimentos no trimestre apresentaram a maior alta em cinco anos. O executivo ainda citou a concorrência representada pelas redes Aldi e Lidl. “Gosto do fato de que ambas estão por aí afora.”

(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM