Enquete realizada pelo Portal SM, com 515 respondentes, identificou que 81% dos supermercadistas notam que os fornecedores estão descontinuando marcas. A percepção do varejista condiz com outro estudo de Supermercado Moderno que constatou um aumento de 13% no número de marcas que saíram de linha entre 2014 e 2016.

Para Flavio Boan, diretor executivo da Falconi Consultores de Resultado, a redução no portfólio dos fabricantes acontece porque, em muitos casos, são lançados produtos sem um melhor entendimento sobre o que o consumidor realmente quer. Ou seja, falta se aprofundar mais na demanda e nas necessidades do público. O resultado é que muitos fornecedores têm sido levados a realizar ajustes, tirando de linha o que não tem boa saída.

Apesar disso, diz o especialista, há casos bem-sucedidos. Ele cita o exemplo de um fabricante que lançou, há alguns anos, um detergente em pó para a região nordeste, onde a maioria das pessoas ainda usava o sabão em barra. Isso acontecia porque se acreditava que esse produto deixava uma fragrância agradável nas roupas. “Ao lançar o seu detergente em pó, foi desenvolvida uma fórmula que valorizava o cheiro nas peças. O ponto positivo foi ter entendido qual era o atributo que o consumidor, de fato, queria encontrar no produto”, explica Boan.

Outro fator que tem levado ao enxugamento do portfólio pela indústria é a adaptação aos novos hábitos do consumidor. Segundo Maria Eduarda Cyreno, diretora de inovação e desenvolvimento de categorias da P&G, as pessoas querem maior simplicidade e rapidez na compra, o que exige menos opções disponíveis nas gôndolas. Nos últimos dois anos, a companhia reduziu pela metade seu portfólio e hoje trabalha com 650 SKUs.

Para saber mais sobre o assunto, aguarde a revista de junho de SM, que traz os resultados da nossa pesquisa anual de reconhecimento de marcas. A edição também estará disponível para download em nosso site a partir de 12 de junho.

(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM