Em fevereiro, a proporção de famílias paulistanas endividadas atingiu 48,5%, segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Apesar de alto, o número caiu 0,7 ponto porcentual com relação ao mês passado e essa é a terceira queda consecutiva.

No comparativo com o mesmo período do ano passado, quando a proporção era de 51,1%, o recuo foi de 2,6 p.p.. Em números absolutos, o total de famílias endividadas passou de 1,899 milhão, em janeiro, para 1,873 milhão, em fevereiro. Em fevereiro passado, o número era de 1,959 milhão, uma redução de 86 mil famílias endividadas.

Na visão da assessoria econômica da Federação, a utilização do 13º salário para reequilibrar o orçamento é um dos principais fatores. Além disso, os consumidores estão mais resistentes à tomada de crédito diante da situação econômica e do receio do desemprego.

Na segmentação por renda, o endividamento é maior entre as famílias que ganham até dez salários mínimos, proporcionalmente às famílias de renda mais elevada. Para o primeiro grupo, o porcentual de endividados em fevereiro foi de 52,8%, queda de 1,2 p.p. em relação ao mês anterior (54,0%). Para as famílias com renda superior a dez salários mínimos, o porcentual de endividados foi de 35,9% em fevereiro, alta de 0,5 p.p. em relação a janeiro (35,4%).

Para os consumidores endividados, o prazo médio de comprometimento da renda teve maior incidência nos prazos por mais de um ano (34%) e até três meses (24,7%). O restante divide-se nos períodos entre três e seis meses (21,2%) e entre seis meses e um ano (17,6%).

Consumidores inadimplentes
A inadimplência, que em agosto/setembro de 2016 atingiu o maior patamar em quatro anos (19,9%), também apresenta queda (pelo quinto mês consecutivo), passando de 16,9% em janeiro para 16,5% em fevereiro.

A proporção de famílias com contas em atraso também caiu (0,6 p.p.) em relação ao mesmo período do ano passado quando registrava 17,1%. Já a proporção de famílias que não terão condições de pagar as contas no próximo mês subiu pelo segundo mês consecutivo, passando de 7,4% em janeiro para 8,4% em fevereiro e também é superior ao registrado em fevereiro de 2016 quando 6,5% das famílias declararam estar nessa situação.

Dentre as famílias com contas em atraso, 57,9% delas têm contas vencidas a mais de 90 dias; 23,3% têm contas atrasadas entre 30 e 90 dias; enquanto que 17,3% do total de famílias estão com dívidas atrasadas por até 30 dias.

O principal tipo de dívida continua sendo o cartão de crédito, que foi utilizado por 70% das famílias paulistanas em fevereiro.

Em seguida, estiveram entre os preferidos para tomar crédito os carnês (13,3%), o crédito pessoal (12,2%), o financiamento de carro (12,0%), o financiamento de casa (11,9%), o cheque especial (7,7%) e o crédito consignado (3,6%).

(Por NoVarejo – Raisa Covre) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM