Laura Turatti Pereira passa seus dias entre Hulks, Batmans e Supermans. Ela não é uma heroína ou trabalha na indústria do cinema, é apenas uma comerciante.

Em julho do ano passado, Laura montou a loja Man Cave, em Florianópolis, Santa Catarina, para vender bonecos de personagens dos quadrinhos e dos filmes. Os principais clientes da loja são colecionadores e geeks.

Logo no início das operações, ela procurou uma plataforma de gestão para fazer o controle do caixa e do estoque.

Esse passo costuma trazer dificuldades para muitos comerciantes. Encontrar um produto compatível com o tamanho do negócio não é tarefa simples.

De acordo com a Pesquisa Anual do Uso de TI, da Fundação Getúlio Vargas, três empresas dominam o segmento: Totvs, Oracle e SAP. Só em 2015, o mercado de softwares no Brasil movimentou US$ 12,3 bilhões.

Mas os lojistas afirmam que essas ferramentas foram construídas para empresas de médio e grande porte. Para os micro e pequenos comerciantes, não há uma plataforma que domine o mercado.

HIPER

Tiago Vailati e seus sócios, Marinho Silva e Marcos Fischer, perceberam essa lacuna no setor. Em 2010, eles trabalhavam como analistas de sistemas da Havan, uma rede de lojas de departamento que atua principalmente em cidades do interior.

Foi quando perceberam que os softwares de gestão tradicionais eram incompatíveis com todos os tamanhos de negócio.

“Na época, o acesso à tecnologia não era fácil para pequenos lojistas”, afirma Vailati. “Além disso, o valor cobrado pelas plataformas era desproporcional ao que eles estavam dispostos a pagar.”

De funcionários, eles se tornaram empreendedores. Em 2012, fundaram a startup Hiper para atender essa demanda.

Nos primeiros oito meses, se dividiram entre o emprego o próprio negócio. Com o conhecimento do varejo aliado ao da tecnologia, criaram um software na medida dos pequenos.

Quando a  empresa começou a dar passos mais robustos, os sócios decidiram deixar a Havan para se dedicar exclusivamente à startup.

Correr o risco compensou. Em pouco tempo, a Hiper começou a crescer. No fim dde 2016, eles alcançaram a marca dos 10 mil clientes.

Laura, da Man Cave, faz parte desse número. Ela escolheu a plataforma depois de fazer um teste durante um mês.

Para ela, a principal vantagem da ferramenta é conseguir ver o estoque da loja, mesmo quando está em casa.

“Vendo muitos bonecos pelo Mercado Livre ou pela loja online. Por isso, preciso saber quais produtos estão disponíveis e os valores, mesmo quando estou fora da loja”, diz Laura.  Por essa ferramenta, Laura paga menos de R$ 70 por mês.

APLICATIVO
Recentemente, a empresa lançou uma nova ferramenta para facilitar a gestão nos diversos canais de venda.

“Olhamos para o varejo americano e percebemos que o omnichannel [a convergência entre os canais de vendas on e offline] era uma tendência mesmo entre os pequenos varejistas”, afirma Vailati.

Por meio do aplicativo da empresa, o lojista consegue efetuar pedidos, consultar produtos e o cadastro de clientes, além de fazer pedidos e orçamentos. Todas essas funções estão disponíveis de forma rápida no smartphone do comerciante.

Com essa nova ferramenta, a empresa espera crescer 90% em relação a 2016. Para contribuir com essa expansão, recentemente a Hiper recebeu um aporte de R$ 4 milhões do fundo CVentures Primus.

(Por Diário do Comércio) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM