A Amazon.com Inc. está indo para alto mar.

A gigante do varejo on-line começou a transportar produtos de vendedores chineses que são comercializados no seu site para armazéns nos Estados Unidos — desempenhando um papel anteriormente ocupado por empresas globais de frete marítimo.

A medida é a iniciativa mais recente da Amazon num esforço de vários anos para montar um negócio próprio de entregas de mercadorias. A empresa não possui ou opera navios, mas está agindo abertamente como um operador global de logística e frete para terceiros, categorias de empresas que contratam espaço em navios transoceânicos e caminhões que transportam bens entre portos e armazéns.

A Amazon ajudou a transportar pelo menos 150 contêineres de produtos da China desde outubro, segundo documentos de embarque obtidos em portos de entrega que foram compilados pela Ocean Audit, firma especializada na recuperação e reembolso de fretes oceânicos para as empresas que arcam com os custos de transporte.

Neste mês, a Amazon começou a divulgar taxas para novos serviços como a classificação, rotulagem e embarque de produtos em caminhões, atividades tradicionalmente realizadas por empresas globais de transporte. Os serviços e taxas foram divulgados sob o nome de sua subsidiária chinesa, a Beijing Century Joyo Courier Service Co., com a Distribution-Publications Inc., uma plataforma usada amplamente para essas informações.

A Amazon não comentou.

A Amazon anteriormente havia se registrado na agência federal que supervisiona o transporte marítimo, um passo em direção para operar como intermediária para os fornecedores de transporte de produtos dentro e fora dos EUA.

“A Amazon reuniu todos esses serviços em apenas uma cesta”, diz Steve Ferreira, diretor-presidente da Ocean Audit. Criar este tipo de serviço de transporte oferece “muito valor estratégico”, acrescenta ele.

Suas investidas no transporte oceânico colocam a Amazon em concorrência direta por negócios que antes eram oferecidos por empresas como a United Parcel Service Inc. e a FedEx Corp. A medida faz a Amazon avançar na criação de uma base para seus próprios planos, revelados pelo The Wall Street Journal em setembro, de um dia transportar e entregar encomendas e cargas para terceiros e para si própria.

A Amazon também planeja arrendar 40 aviões de carga e comprou caminhões que já contam com sua marca estampada nas lonas que os recobrem. A empresa tem afirmado que precisa criar seu próprio negócio de logística para garantir a capacidade de entregar um volume crescente de produtos comprados pro seus clientes.

A entrada no setor de transporte marítimo “é um grande exemplo de como a Amazon está ampliando sua presença logística, ao mesmo tempo em que aprofunda sua presença nas cadeias de suprimento dos seus clientes”, diz John Haber, diretor-presidente da consultoria de cadeias de suprimento Spend Management Experts. “Esta é apenas mais uma engrenagem na cadeia de suprimentos que eles estão colocando sob seu controle, ao mesmo tempo em que criam um novo fluxo de receita.”

Segundo os documentos encontrados pela Ocean Audit, notas de bens transportados com data de outubro apontam o nome da Amazon Logistics, indicando que a empresa fechou acordo com terceiros para prestar serviços de transporte marítimo. As empresas que estavam usando a Amazon para transportar bens parecem ser vendedores chineses que utilizam o site da Amazon para comercializar seus produtos, que sãoestocados em armazéns da Amazon, que os embala e entrega quando são vendidos.

“Eles facilitaram muito a entrada desses fornecedores chineses de pequeno e médio porte na cadeia de suprimentos”, diz Ferreira. Contudo, “a Amazon está conseguindo lentamente aumentar bem o volume.”

(Por The Wall Street Journal) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM