Embora as vendas em grandes estabelecimentos como supermercados e redes de pet center sejam bastante representativas, é no pequeno varejo que a indústria encontra um canal com potencial e força para comercializar alimentos cada vez mais individualizados. Segundo o Kantar Worldpanel, no Brasil, 50,5% do faturamento e 52% do volume de alimentos para cães (rações e snacks) vêm do varejo especializado em pets, o que inclui petshops e clínicas.

“O canal especializado, ou pequeno varejo, tem um papel fundamental para a categoria pet, uma vez que é através do pequeno pet shop e da clínica veterinária que passamos todo conhecimento da categoria para o tutor do cão e do gato”, conta Carlos Martella, gerente de desenvolvimento de vendas da Royal Canin.

Martella diz que o relacionamento entre o cliente e a loja pequena é de confiança, fazendo com que o dono do animal confie na indicação no momento de escolher um determinado serviço e/ou produto.

Outro ponto que ele destaca é a tendência de crescimento das lojas de vizinhança, com produtos e serviços mais personalizados, trazendo mais conveniência para o comprador. Movimento que também é visto nas redes supermercadistas que apostam com força nas chamadas lojas de bairro.

De forma geral, a Mars tem parceria com seus distribuidores para alavancar a presença e crescer a categoria petfood no pequeno varejo brasileiro. O canal é visto como uma oportunidade para as marcas se aproximarem dos consumidores.

Para a Nestlé Purina, o pequeno varejo também é muito importante. “Nosso foco é dobrar o tamanho do negócio até 2020, portanto, queremos crescer de forma sustentável em todos os canais”, conta Anderson Duarte, head de Nestlé Purina no Brasil.

E, mesmo diante da crise, o mercado pet continua crescendo. Prova disso é que, neste ano, a Nestlé Purina investiu no relançamento de Bonzo, marca lembrada do consumidor nos anos 70 e 80, e também apostou no lançamento da linha terapêutica Pro Plan Veterinary Diets, desenvolvida para auxiliar no tratamento e amenização dos sintomas de algumas disfunções de saúde de cães e gatos.

Não são só as fabricantes de rações que encontraram no pequeno varejo a sua menina dos olhos. As fabricantes de medicamentos para pets também focam nas lojas menores não é de hoje. A paulista Vetnil, que produz medicamentos e suplementos para cães, gatos e pássaros, tem hoje 90% da comercialização de seus produtos advindas do pequeno varejo, conta Cristiano Sá, diretor de marketing e novos negócios da Vetnil.

Com um faturamento líquido de quase R$ 87 milhões, a Vetnil vende seus vermífugos, pomadas cicatrizantes e regeneradores articulares, de uma gama de 101 produtos, em clínicas veterinárias, petshops e megalojas.

(Por Valor Econômico) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM