Há dois anos, quando Jeff Bezos vestiu um terno bandhgala e posou para os fotógrafos na Índia, ele não estava apenas promovendo a divisão da Amazon no país, que completava um ano. O presidente da loja virtual também estava arriscando a própria reputação para penetrar no mercado emergente de comércio eletrônico.

Agora, com 80 milhões de produtos à venda, mais de 120 mil comerciantes e mais de duas dúzias de depósitos, o protegido de Bezos, Amit Agarwal, pretende transformar a Amazon na maior loja online do país por vendas antes da temporada de compras do Diwali.

Os preparativos para a celebração conhecida como o “festival das luzes” são o maior evento do varejo indiano, quando os consumidores compram todo tipo de produtos, de roupa e produtos eletrônicos até joias e carros. Indianos chegarão a gastar US$ 1,7 bilhão online durante o Diwali deste ano, segundo a RedSeer Consulting.

A Flipkart, maior loja virtual da Índia, e a concorrente local Snapdeal, estão bem cientes de que neste ano enfrentam um teste fundamental devido ao ataque da Amazon. As três empresas estão inundando jornais, outdoors e programas de TV com propagandas e estão oferecendo descontos para o Diwali, que agora representa um terço das vendas anuais do comércio eletrônico.

Em jogo estão o futuro do mercado de compras online da Índia e os planos de expansão global da Amazon, que sofreram um revés quando a empresa não conseguiu conquistar a China.

“Nesta temporada pode ser decidido quem será o vencedor definitivo”, disse Haresh Chawla, sócio da empresa de private equity India Value Fund Advisors em Mumbai e investidor-anjo. “O perdedor ficará nervoso e o vencedor poderá ganhar confiança interna e mobilizar as tropas para a batalha mais importante.”

Potencial

O Merrill Lynch estima que a Amazon pode chegar a vender US$ 81 bilhões em mercadorias até 2025, frente a US$ 3,7 bilhões no ano passado. Tornar-se a maior loja virtual da Índia seria uma prova do valor da Amazon. Na China, o único outro mercado com mais de um bilhão de pessoas, a empresa não tem muito para mostrar após doze anos, graças ao domínio da Alibaba e de outras lojas virtuais locais.

Uma meta fundamental para a Amazon — cujo slogan para o Diwali é “tyohar bade dilwala” (“o festival com um grande coração”) — é atrair compradores latentes e aqueles que compram pela primeira vez. Há tendências importantes a favor da Amazon. A disparada no uso de smartphones oferece a promessa de levar o comércio online para centenas de milhões de compradores e vendedores.

Todas essas iniciativas na Índia custam dinheiro; em junho, a Amazon informou que investirá US$ 3 bilhões na Índia além dos US$ 2 bilhões já alocados. “Uma fonte de financiamento aberta pode ajudar a Amazon a oferecer descontos e enfraquecer alguns rivais”, disse Mrigank Gutgutia, que cobre as tendências de consumo na internet da empresa de pesquisa RedSeer Consultancy, com sede em Bangalore.

“A maior oportunidade e os maiores desafios estão na Índia”, disse Agarwal, chefe da Amazon India. “Este vai ser um grande Diwali.”

(Por UOL – Saritha Rai) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM