Via Varejo e Cnova anunciaram nesta segunda-feira acordo para combinação de seus negócios no Brasil, em uma operação que deve gerar milhões de reais em economias de custos logísticos e que acontece meses após a descoberta de fraudes na operação brasileira da Cnova.

As empresas já tinham anunciado em maio intenção de combinarem suas operações no Brasil para simplificarem estrutura de governança e relações comerciais entre ambas, além da geração de sinergias.

Segundo a Via Varejo, que é controlada pelo Grupo Pão de Açúcar e opera lojas de móveis e eletrodomésticos pelo país, a combinação com as Cnova no Brasil, focada em comércio eletrônico, vai gerar sinergias recorrentes de R$ 245 milhões por ano a partir de 2017. Além disso, há expectativa de geração de economias de R$ 325 milhões até o final deste ano.

“O mais importante das sinergias é em logística, capital de giro, estoques”, disse o presidente-executivo da Via Varejo, Peter Estermann em entrevista. “Com a integração dos centros de distribuição, conseguimos otimizar a malha logística. Hoje tem caminhão da Cnova distribuindo produto na mesma região que a Via Varejo entrega”, acrescentou o executivo.

A intenção da companhia é concluir a operação de integração da Cnova Brasil no quarto trimestre. Atualmente Via Varejo tem 27 centros de distribuição de produtos no Brasil e a Cnova, outros quatro.

Após o negócio, “a ideia é que passaremos a operar com 27 a 28 centros”, disse Estermann, acrescentando que a integração vai permitir que a Cnova no Brasil, que opera os sites de comércio eletrônico das redes de lojas Pontofrio.com e Casas Bahia, opere com os mesmos prazos de entrega de mercadoria aos clientes que a Via Varejo.

Com a união, a Via Varejo afirma que vai se tornar a maior empresa de varejo em multicanais do Brasil, operando lojas físicas e online, com faturamento entre R$ 26 bilhões a R$ 28 bilhões por ano.

A integração das duas empresas marca uma reversão na estratégia dos grupos GPA e Casino, que vislumbraram alguns anos atrás o crescimento do comércio eletrônico como motivo para separar estas atividades, formando uma empresa de varejo online com operações no Brasil, França e na Ásia.

“O Brasil mudou radicalmente (…) Ficou muito claro para nós que, além do momento do país, em que não podemos deixar na mesa nenhum ganho de sinergia, a combinação é algo que faz todo o sentido e que vai deixar a companhia (Via Varejo) numa situação muito melhor”, afirmou o presidente-executivo do GPA, Ronaldo Iabrudi.

O executivo afirmou que a assembleia de acionistas da Via Varejo para aprovar a união com as operações da Cnova no Brasil deve ocorrer na quarta-feira e que o GPA vai se abster de votar. Os maiores acionistas minoritários da Via Varejo são membros da família Klein, fundadora da Casas Bahia, com 17,9% de participação nas ações com direito a voto.

Iabrudi disse que, com o negócio, o GPA manterá pelo menos um membro no Conselho de Administração na europeia CDiscount, que originou a Cnova após a fusão com antiga Nova Pontocom, que reunia as operações de comércio eletrônico do grupo brasileiro.

“Achamos que vamos ter aprovação dos minoritários”, disse labrudi.

(Por Eletrolar.com) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM