A combinação de insumos caros e baixa demanda doméstica devido à recessão pesou no desempenho da empresa de alimentos BRF no segundo trimestre, que viu seu lucro líquido despencar mais de 90 por cento no período.

A maior exportadora de aves do mundo anunciou nesta quinta-feira que seu lucro líquido de abril a junho somou 31 milhões de reais, queda de 91,6 por cento ante lucro de 364 milhões de reais no segundo trimestre de 2015.

O movimento refletiu em parte o fato de no primeiro semestre os preços de mercado do milho e do farelo de soja terem subido, respectivamente, 83 por cento e 20 por cento, explicou a BRF.

O resultado operacional da empresa medido pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) teve contração de 31,6 por cento no comparativo anual, para 944 milhões de reais. A margem Ebitda teve um tombo de 6,3 pontos percentuais, para 11,1 por cento.

“O momento adverso foi intensificado durante o segundo trimestre com a produção e oferta de frango ainda em expansão, preço do milho escalando para níveis recordes, forte apreciação cambial e deterioração do cenário econômico brasileiro”, afirmou a companhia em seu relatório.

O resultado ainda foi amenizado em parte pelo bom desempenho das vendas ao exterior. Assim, a receita líquida total cresceu 7,6 por cento, a 8,5 bilhões de reais, impulsionada por preços médios mais altos (+2,8 por cento ano a ano) e maiores volumes (+4,6 por cento), devido às operações internacionais.

O balanço ainda foi favorecido por um resultado financeiro, que apesar de ser negativo, apresentou melhora ante o ano anterior, diante do “elevado nível de comércio exterior e operações internacionais em diversas moedas”.

O resultado financeiro líquido ficou negativo em 504 milhões de reais, ante resultado negativo de 657 milhões de reais no mesmo período do ano passado. Para a companhia, “movimentos de variáveis importantes do nosso setor indicam que o pior momento deste ciclo ficou no segundo trimestre”.

“Estamos confiantes que devemos observar uma recuperação gradual do setor e dos nossos resultados a partir do terceiro trimestre”. Como exemplo, citou os preços internacionais. Em maio, pelo quinto mês consecutivo, os preços em dólares subiram, acumulando alta de cerca de 16 por cento em relação ao início do ano.

No mercado doméstico, apesar da demanda ainda fraca, a BRF disse que seguirá realizando os ajustes de preços necessários para defender margens.

(Por Exame) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM